Arnaldo Antunes aos 60: 'Tem que manter a inquietude'

Documentário que estreia no Globoplay marca os 60 anos do artista

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  • Ana Pereira

Publicado em 7 de novembro de 2020 às 07:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Inquieto e criativo, Arnaldo Antunes completou 60 anos em setembro. A data passou discretamente pois, diante da situação atual, ele não estava muito em clima comemorativo.  Mas o artista acabou concordando e gostando do documentário Arnaldo, Sessenta, produção original da Globoplay que marca a data redonda e passeia pela música, poesia e artes visuais, mostrando as múltiplas facetas de Arnaldo Antunes.

“Esse documentário foi o melhor presente de aniversário que eu poderia receber na minha entrada nos sessenta. Me deixou emocionado. Fiquei surpreso com a pesquisa dos materiais antigos, vários deles desconhecidos ou esquecidos por mim. E a maneira natural como eles adentram a conversa me deram a sensação de ter revisto meu passado com integridade. Parece que as coisas que fiz fazem mais sentido agora, nutrindo o que faço atualmente” afirma o cantor. 

Com direção de Gian Belloti, o filme tem como  como fio condutor uma longa entrevista do cantor ao jornalista Pedro Bial. E traz 11 apresentações musicais, dois novos poemas, Saga e Um Deus, e imagens de arquivo, muitas delas inéditas. “Inspirado no universo do Arnaldo, eu diria que o documentário é uma deliciosa prosa cubista” afirma Bial,  acrescentando que a produção não tem a pretensão de ser  uma biografia definitiva – “até porque Arnaldo ainda tem muito a escrever na sua história”.   

 No depoimento a Bial, Arnaldo lembra momentos marcantes da sua trajetória, reflete sobre as múltiplas facetas de sua personalidade artística e fala sobre a chegada aos 60 anos em 2020, em meio à quarentena provocada pelo coronavírus. “Ideologicamente, eu fico reativo a essa comemoração. Todo dia é um novo aniversário, a gente está renascendo a todo instante. Mas, por estarmos na pandemia, eu fiquei mais tocado com isso. É a entrada na terceira idade, uma data redonda, vêm muitos flashbacks da vida”, comenta . E faz questão de frisar que a chegada à maturidade não se traduz em conformismo. “Tem que manter a inquietude. Não me agrada acreditar que a idade vai deixar você mais apaziguado. Eu continuo achando a estranheza fundamental”, complementa.

As canções escolhidas por Arnaldo nesse projeto contemplam diferentes fases de sua longa e rica obra. Dos Titãs (Comida e O que) ao disco mais recente (O Real Resiste, João e De Outra Galáxia), passando por sucessos da fase solo (Alegria, Socorro, Alta Noite e Contato Imediato) e dos Tribalistas (Passe em Casa e Vilarejo). Os números foram gravados em duas formações: voz e piano, ao lado do pernambucano Vitor Araújo e trio com Betão Aguiar (violão e guitarra) e Curumim (bateria e programações). “Uma das coisas mais difíceis da pré-produção foi a escolha do repertório.

" A vitalidade dele aos 60 anos à frente do microfone é incrível”, afirma Gian Belloti. As apresentações musicais aconteceram no teatro do Sesc Pompeia, em São Paulo, mesmo lugar onde os Titãs fizeram o seu primeiro show, em 1982. E foi nas “oficinas de criatividade” do Sesc que Arnaldo criou o cartaz para o lançamento de seu primeiro livro.

Tuna na direção do filme Bahia de Todos os Exus, de 1978 (Foto: Divulgação) Site reúne trabalho de Tuna Espinheira 

O cineasta baiano Tuna Espinheira (1943-2015) tem sua vida e produção resgatada e unificada no site  www.cinemadetuna.com.br, que acaba de ser lançado. Com biografia em linha do tempo, toda filmografia organizada e detalhada, levantamento de matérias em veículos de imprensa e uma galeria de imagens mantidas pela família, a página democratiza o acesso a um importante acervo do audiovisual da Bahia.

A realização é fruto do projeto O Cinema de Tuna, idealizado por Rosa e Yara Espinheira, respectivamente filha e esposa do artista. Temas da cultura da Bahia e do Brasil ganham espaço no trabalho do cineasta, que assinou filmes como Atrás do Trio Elétrico só não Vai Quem já Morreu (1972), Bahia de Todos os Exus (1978) e Viva o 2 de Julho (1997). Seu único longa de ficção, Cascalho (2004), foi baseado em romance homônimo de Herberto Salles.   Com produção da Giro Planejamento Cultural, o projeto foi contemplado pelo Edital Setorial de Audiovisual 2019, tendo apoio financeiro do governo do estado. Manuela Rodrigues mostra o show Aqui e Agora (Foto: Sara Regis/Divulgação) Manuela Rodrigues faz show no Gamboa

A cantora Manuela Rodrigues apresenta neste sabado (07), às 19h, e domingo (08), às 17h, no plco virtual do Gamboa, o show Aqui e Agora, criado especialmente para a ocasião. Ela interpreta  canções autorais e de compositores consagrados que conectam e fazem uma reflexão sobre o momento aual. O repertório traz canções como Marcha do Renascimento, Pra Afugentar o Medo e Qualquer Porto, além de canções como Meditação, de Gilberto Gil, e Mamãe Coragem, de Caetano Veloso e Torquato Neto.  O show integra a programação especial Novembro Negra, que destaca performaances de aristas negras durante todo o mês. Os ingressos  custam R$ 20 | R$10 e estão disponíveis no https://www.teatrogamboaonline.com.br, onde também é possível conferir toda a agenda do mês.

  Foto: Divulgação Três álbuns de Tim Maia chegam ao streaming

Depois de anos indisponíveis, três discos de Tim Maia acabam de chegar às plataformas digitais. Os álbuns Tim Maia (1978), Nuvens (1982) e Dance Bem (1990) foram financiados e produzidos pelo próprio artista, por meio dos selos Seroma (as iniciais de Sebastião Rodrigues Maia, nome real de Tim) e Vitória Régia. O álbum de 1978 está incompleto nos serviços de streaming. Das nove faixas originais, apenas cinco estão disponíveis. O disco é o primeiro que Tim gravou totalmente em inglês e teve tiragem modesta à época do lançamento, tornando-se cobiçado por colecionadores.  Um dos mais obscuros discos de Tim, Nuvens traz a bela faixa-título escrita por Cassiano, que compôs o primeiro hit do cantor, Primavera. Também vale conferir a releitura de Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda (Casinha de Sapê), da lavra de outro amigo do artista, Hyldon, e o funk Haddock Lobo Esquina com Matoso, na qual relata como conheceu Jorge Ben, Roberto e Erasmo Carlos. Já o animado Dance Bem traz regravações de sucessos de Tim com novos arranjos. Acenda o Farol, Vale Tudo e O Descobridor dos Sete Mares estão no repertório