Arquiteto Gilberbet Chaves está desaparecido; família pede ajuda

Filha diz que ele foi visto pela última vez no Canela; arquiteto projetou casa de Jorge Amado e Zélia Gattai, no Rio Vermelho, e foi citado em 'Dona Flor'

Publicado em 4 de fevereiro de 2021 às 15:42

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Divulgação

Gilberbet Chaves com a filha, a também arquiteta Cristina Chaves (Foto: Divulgação) O arquiteto Gilberbet Chaves, 93, pai da também arquiteta Cristina Chaves, está desaparecido desde a tarde dessa quarta-feira (3). A última vez que foi visto foi às 16h, na região do Canela, Centro de Salvador. 

Cristina Chaves contou à reportagem do CORREIO que ele saiu de casa por volta das 15h45. Pelas câmeras de segurança, ela viu que Gilberbet estava vestindo uma calça jeans, sapato preto, uma blusa social acinzentada e uma outra blusa por dentro.

Ainda segundo Cristina, seu pai tem algumas oscilações na idade em decorrência do problema de dislexia que enfrenta há vários anos. "Ele é uma pessoa tranquila, mas com muita dificuldade de verbalizar as coisas. Ele é lúcido, compreende, mas não verbaliza porque perdeu cognição na fala. Às vezes perde a memória", acrescenta Cristina.

A família pede, ainda, que caso alguém tenha alguma informação, entre em contato através do telefone (71) 8141-8866 ou 99400-4771 (Helena Chaves).

Amigo de Jorge Amado Gilberbet é um dos mais conhecidos arquitetos de Salvador. Entre suas obras mais destacadas, está a antiga casa dos escritores Jorge Amado e Zélia Gattai, na Rua Alagoinhas, bairro do Rio Vermelho, posteriormente transformada num museu que conta a história do casal e sua produção artística e literária. Foto: Divulgação O arquiteto era próximo do casal e, como era comum Jorge Amado fazer, também foi colocado como um dos personagem de sua obra. Numa das passagens de Dona Flor e Seus Dois Maridos inclusive menciona o nome um tanto inusitado do arquiteto:

"Parecia um jardim de contos de fada e o pequeno anfiteatro era de uma audácia arquitetônica nunca vista na Bahia: 'Gilberbet aprendam o nome certo: é Gilberbet e não Gilberto ou Gilbert, como pronunciam certos rastaqueras - demonstrou seu gênio ultramoderno' (Silvinho mais uma vez e não a última com certeza). Dona Flor, ao entrar, abriu a boca em admiração e pasmo. Dona Norma só pôde articular uma palavra: - Porreta!", afirma trecho do clássico lançado em 1966.

Leia mais notícias do Alô Alô.