Arte e música dão tom à abertura da Casa Respeita as Mina

Espaço voltado para o público feminino vai promover oficinas, shows e bate-papos durante o mês de março

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  • Da Redação

Publicado em 5 de março de 2020 às 23:45

. Crédito: Betto Jr. / CORREIO

Localizada no Terreiro de Jesus, no Centro Histórico de Salvador, a Casa Respeita as Mina inaugurou oficialmente nesta quinta-feira (5) sua temporada para o mês das mulheres. Idealizado desde o ano passado, o projeto, com programação gratuita, surgiu como um espaço destinado a difundir a produção de arte e cultura protagonizada por mulheres. “A ideia é materializar essas políticas através da casa, pois transforma o espaço físico num local de difusão de arte”, comenta Fernanda Bezerra, uma das idealizadoras do espaço e diretora da Maré Produções, realizadora da iniciativa. 

A  casa já funcionou de forma temporária no Carnaval, quando recebeu mais de cinco mil visitantes, entre locais e turistas. Agora, a abertura oficial foi marcada pelo show da banda Panteras Negras e pela apresentação das Ganhadeiras de Itapuã. 

“Nós, mulheres, precisamos cada vez mais de um espaço para nós. É a primeira vez que vim e me senti muito acolhida, identificada”, contou Verônica Raquel, que foi acompanhada por Juliana, ambas integrantes das Ganhadeiras. Juliana destacou a alegria do público feminino, “principalmente por estar sendo representado”.

Neste fim de semana, pocket shows às 18h vão agitar o espaço. Neste sexta (6), Márcia Castro e Illy se apresentam. Sábado (7), é a vez de Nara Couto e Nêssa.  A entrada da casa é decorada com uma árvore (Foto: Betto Jr. / CORREIO) Para além das apresentações musicais, a Casa Respeita as Mina aposta em um espaço comunitário de leitura. Uma biblioteca foi instalada para dar acesso aos visitantes a obras dos mais diferentes gêneros e escritas por mulheres de diversas partes do mundo. Os livros não podem ser levados para casa, mas o público pode desfrutar de redes bastante convidativas para uma leitura bem relaxada. 

A programação também inclui um projeto chamado Vivências, que, segundo Fernanda, explora corpo, mente e espírito, principalmente através dos bate-papos e encontros que ocorrerão até o fim do mês. Já os Labs colocam em prática oficinas com mulheres empreendedoras do Pelourinho. E já tem três sessões esgotadas. A partir do dia 12 de março, também será incorporada uma galeria de exposições coletivas."O sentimento é de acolhimento. Dar o protagonismo feminino nas diversas áreas de atividade aqui", Julieta Palmeira, secretária de Políticas Para as Mulheres do Governo da Bahia sobre a atuaçaõ da Casa Respeita as Mina O simples ato de visitar já faz parte da construção e fortalecimento do projeto, segundo as frequentadoras. Formada no BI de Humanidades da Ufba, a estudante Bruna Costta, 21, tomou a inciativa de ir visitar a casasozinha. “Conheci o projeto há pouco tempo e fiquei curiosa em vir. É uma rede de mulheres para mulheres e acho que é muito significativo ter uma casa, ainda mais no Centro Histórico”. 

Para Bruna, a presença de um espaço físico é importante para chamar a atenção para o movimento feminista. “A materialização dessa casa representa muito para as mulheres. Quando se tem algo físico, a gente entra em contato e cria um boca a boca”, completou. A Respeita as Mina funciona até o dia 31 deste mês. 

*Com orientação do editor Roberto Midlej