As lições do Coach K à Seleção

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 23 de março de 2018 às 04:30

- Atualizado há um ano

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A realidade para grande parte dos jogadores de futebol no Brasil é a da pouca cultura. A rotina diária de esgotamento físico pode atrapalhar o consumo artístico, mas, quando há, é principalmente relacionado ao audiovisual. Assim, é raro um atleta de futebol, muito por causa da educação doméstica, ler. 

E não há diferença se o jogador é de um grande clube europeu ou do mais pobre clube brasileiro, até porque não ler é, infelizmente, da cultura do brasileiro. No entanto, a depender da profissão, o hábito da leitura tende a ser diferente.

Por isso, é admirável a iniciativa de Tite ao presentear seus jogadores da Seleção Brasileira com o livro Liderar com o Coração, escrito pelo renomado técnico de basquete americano Mike Krzyzewski, o Coach K. Muitas vezes, inclusive, o que falta para despertar a leitura em uma pessoa é isso: incentivo.

Coach K é um profissional bem incomum, ainda mais nos dias de hoje. Respeitadíssimo, é tricampeão olímpico (2008, 2012 e 2016) e bi mundial (2010 e 2014) como treinador da seleção americana de basquete. Liderou as maiores estrelas do basquete nesses anos todos sem nunca ter pisado numa quadra da NBA, a mais forte e rica liga do esporte. 

O treinador de 71 anos está há 38 deles no comando do time da Universidade de Duke, o qual ele tornou um dos maiores vencedores do competitivo basquete universitário dos EUA. É o técnico com mais vitórias na história, levando seus garotos a cinco títulos nacionais. Não faltaram convites para a NBA, o último deles em 2011. Mas Coach K sempre preferiu se manter na formação, longe dos milhões de dólares da liga. 

Apesar de ser conhecido como ‘técnico’, Krzyzewski se vê como professor. O que torna a experiência em Duke tão boa para seus atletas é que ele se concentra nos relacionamentos tanto – ou até mais – que no aspecto tático. Talvez seja esse um dos pontos que Tite queira despertar em seus atletas. “Um erro comum naqueles que trabalham com o esporte é gastar um tempo desproporcional de trabalho em erros e acertos quando comparado ao tempo gasto em aprender sobre as pessoas”, diz. 

O americano também é famoso pela unidade que dá a seus times e pelo trabalho mental nos atletas. “Um time de basquete é como os cinco dedos de sua mão. Se você os usar juntos, você tem um punho. É assim que eu quero que você jogue”. Num dos seus episódios mais conhecidos, colocou seus jogadores para assinarem no chão da quadra da universidade antes de um jogo contra os arquirrivais de Maryland, que tinham uma série de vitórias consecutivas sobre Duke naquele ginásio. “Você assina naquilo que é seu”. E seus garotos venceram a partida.

Não li o livro de Coach K, mas estou lendo um que trata desse algo mais que pode ser usado no futebol. Vai Correr Tudo Bem é escrito pelo atacante português Eder e sua coach Susana Torres e mostra como o trabalho de preparação mental ajudou o atleta a crescer profissionalmente e pessoalmente, sendo fundamental para que ele marcasse o gol que deu o título da Eurocopa de 2016 a Portugal. Exemplo muito bom de ser compartilhado.