Ateliê de Coreógrafos Baianos lança espetáculo e livro

Montagem Carybé em 3 Linhas e Traços da Memória da Dança Contemporânea em Salvador - 2000 a 2010 serão apresentados nesta sexta (9) e sábado (10)

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  • Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2021 às 14:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: foto de Sdileuza Santos

O projeto Ateliê de Coreógrafos Baianos, inspirado no Ateliê de Coreógrafos Brasileiros (2002 a 2006), apresenta o espetáculo de dança Carybé em 3 Linhas, uma proposta artística baseada no universo plástico de Carybé, que se desdobra em três atos - Depois, o Tempo que não Existe, de Jorge Silva, nesta sexta (9), às 20h; Memória das Águas, de João Perene; e Xirê de Mulheres, de Edileuza Santos, ambos no sábado (10), às 20h. Tudo apresentado gratuitamente, e de forma virtual, no YouTube e Instagram.

Na sexta (9), à 20h, também acontece também o lançamento do catálogo Traços da Memória da Dança Contemporânea em Salvador - 2000 a 2010, publicação que se propõe a registar os principais movimentos da dança contemporânea de Salvador neste período de uma década, preservar sua memória, e que tem como um dos principais objetivos preencher uma grande lacuna na bibliografia da linguagem da dança local. 

O Ateliê de Coreógrafos Brasileiros, que inspirou o novo Ateliê dedicado aos coreógrafos baianos, movimentou a cena da dança na década de 2000, contemplou coreógrafos de todas as partes do país e tornou-se referência na história da dança contemporânea brasileira.

As atuais iniciativas, assim como o Ateliê da década de 2000, têm a concepção e direção artística da bailarina e gestora cultural Eliana Pedroso. “O Ateliê de Coreógrafos Baianos é uma cria que se recria 15 anos depois. Para a criação do espetáculo Carybé em 3 Linhas, busquei 3 coreógrafos baianos com identidades coreográficas diversificadas e os uni em um mesmo ponto de inspiração: o universo plástico de Carybé, onde o movimento está sempre presente e é muito inspirador para os artistas da dança”, define Pedroso.

Para o coreógrafo João Perene, os quadros de Carybé - O sol, A tentação de Antônio, Samba e Na Lagoa serviram de inspiração para a construção do roteiro coreográfico de sua obra: “Memória das Águas é uma ‘ode’ ao mestre Carybé, ao colorido, à alegria, ao misticismo e à sedução do povo baiano, que ele soube tão bem delinear em uma tela em branco”.

Já Jorge Silva se inspirou em uma escultura de Exu, orixá da comunicação e da liberdade, para criação e concepção do espetáculo Depois, o Tempo que não Existe: “A ideia central é, a partir da obra, trazer para a cena algumas particularidades dessa divindade, em uma leitura pessoal, através de arquétipos comuns de Exu, aliados à nossa vida terrena e dialogando diretamente com as nossas existências”.

Coreógrafa de Xirê de Mulheres, Edileuza Santos acredita que toda criação artística, desde a apresentação da estética e da narração, tem como finalidade construir um pensamento político: “Desenvolvi uma performance que tenta estabelecer um diálogo entre a obra de Carybé e a diáspora africana, e anunciar um futuro em que as mulheres tenham potencial para construir uma sociedade nova e diversa, embalada na ancestralidade negra dentro do universo dos orixás e em busca de um futuro menos conflitante”.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Serviço: Ateliê de Coreógrafos Baianos | sexta (9) - Lançamento do Catálogo “Traços da Memória da Dança Contemporânea em Salvador - 2000 a 2010” e estreia de Carybé em 3 Linhas Ato I – Depois, um Tempo que não Existe; sábado (10), Carybé em 3 linhas Ato II- Memória das Águas e Ato III - Xirê de Mulheres | às  20h Onde: YouTube e Instagram (ateliedecoreografosba) | Gratuito