Atleta se emociona ao quebrar recorde: 'Eu pedia esmola na rua'

Salum Ageze Kashafali conquistou a melhor marca dos 100 metros rasos na história das Paralimpíadas

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  • Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2021 às 17:08

- Atualizado há um ano

. Crédito: Bob Martin/OIS

O norueguês Salum Ageze Kashafali fez história na Paralimpíada de Tóquio. Durante a a final da categoria T12 (voltada para competidores de baixa visão), o velocista conquistou a melhor marca dos 100 metros rasos já registrada nos Jogos, correndo em 10s43 na noite de domingo (29).

O feito se torna ainda mais impressonante pela jornada do atleta. Kashafali fugiu da República Democrática do Congo com sua família quando criança. Eles encontraram refúgio na Noruega, mas passaram por várias dificuldades."Eu simplesmente não sei o que dizer, cara (começa a chorar). Eu vim do nada. Eu vim pedindo esmolas nas ruas”, disse."Eu acreditei. Eu me mudei para a Noruega como refugiado. Já passei por tanta coisa, desde balas até fome, e estar aqui como um dos melhores significa muito para mim. Valeu a pena. Fui de zero a alguma coisa. Tudo é possível. Estou muito feliz em ser um dos atletas paralímpicos mais velozes da história", completou o velocista.

A marca de 10s43 de Kashafali bateu os 10s46 do irlandês Jason Smyth na categoria T13 em Londres-2012. O tempo só não é melhor que o de Petrúcio Ferreira, que correu a distância na classe T47 em 10s42 - 1 centésimo a menos que o norueguês. O tempo do brasileiro, contudo, não foi registrado em Jogos Paralímpicos, mas sim no Mundial de 2019, sendo a melhor marca de um atleta paralímpico na história.

"O objetivo era ganhar uma medalha. Eu sei que sou veloz, mas não esperava correr tão rápido assim. Isto foi apenas um bônus. Trata-se de empurrar os limites para competir”, afirmou Kashafali.