Ato contra machismo e lgbtfobia reúne milhares em Salvador 

Daniela Mercury animou os participantes da marcha em trio elétrico

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  • Laura Fernades

Publicado em 29 de setembro de 2018 às 19:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Uma multidão foi ao Centro de Salvador na tarde deste sábado (29) para participar do ato 'Ele Não', contra o candidato à presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro. O protesto foi organizado pelas redes sociais e aconteceu em cidades por todo o Brasil. Além de Salvador, atos também foram registrados em cidades como Vitória da Conquista, no Sudoeste do Estado.

Na praça do Campo Grande, local marcado para a concentração do ato na capital baiana, cerca de 8 mil pessoas se reuniram no início da tarde, de acordo com informações de policiais militares que faziam a segurança no local. Oficialmente, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) não divulga estimativa de público em protestos. No entanto, os organizadores afirmaram que estiveram presentes, ao longo de todo o ato, 120 mil pessoas.

O grupo de manifestantes seguiu do Campo Grande em direção à orla da Barra, passando pelo Corredor da Vitória e pela Ladeira da Barra. Do alto de um trio, a cantora Daniela Mercury cantou para o público e falou sobre a importância das mulheres nesta eleição - elas são maioria do eleitorado brasileiro. 

"A gente representa a maioria populacional. Nos respeite. Não aceitamos opressão", disse a cantora, enquanto puxava o trio na marcha. "Essa é uma luta por amor, pela paz, pela tolerância, contra o racismo e contra a opressão", defendeu.

Assista trecho da apresentação de Daniela Mercury:

No chão, o grupo levava faixas e cartazes em protesto contra posicionamentos racistas, sexistas e homofóbicos por parte do presidenciável.

Embora tenha sido organizado por mulheres, após a criação do grupo no Facebook "Mulheres Unidas Contra Bolsonaro", o protesto em Salvador também contou com a participação de homens e de crianças acompanhadas dos responsáveis. No local, não foram registradas ocorrências de violência pela Polícia Militar. Brasileiras que vivem no Chile também foram às ruas Brasil e mundo

Pelo menos 30 mil pessoas - de acordo com as organizadoras - participaram dos protestos contra Jair Bolsonaro em Brasília. O protesto foi pacífico. Além da capital federal, a manifestação ocorreu também em várias cidades brasileiras e no exterior, como em Nova York (EUA) e no Chile.

Na capital federal, as manifestantes ocuparam três das cinco faixas da pista norte do Eixo Monumental, saindo da altura da Rodoviária do Plano Piloto em direção ao complexo cultural da Funarte, próximo à Torre de TV, zona central da capital do país.

A assistente administrativa Socorro Paiva, uma das participantes do ato em Brasília, vestia uma camiseta colorida, com frases contra o machismo. Para ela, o ato é uma forma de evitar que o país mergulhe no que considera um retrocesso histórico.

"Não podemos compactuar com a intolerância. Quero que meus filhos e netos cresçam em um país sem machismo e homofobia", afirmou.

Além de palavras de ordem contra Jair Bolsonaro, que ressaltavam a postura do candidato em relação às mulheres, à população negra e ao movimento LGBT, centenas de manifestantes portavam cartazes, camisetas e bandeiras com frases sobre a luta anti-homofobia e antirracismo.

*Com Pedro Rafael Vilela, da Agência Brasil