Áudios reforçam tese de que amigo de Temer recebeu propina

Caberá à Procuradoria Geral da República avaliar o que a PF informou e decidir se oferece denúncia

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  • Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2018 às 02:43

- Atualizado há um ano

A Polícia Federal (PF) avaliou que áudios entregues pelo delator Alvaro Novis, no âmbito da Lava Jato, reforçam a tese de que a Odebrecht entregou dinheiro a um amigo do presidente Michel Temer como contrapartida a benefícios para a empresa. No relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal, na semana passada, a PF disse ter encontrado indícios de que Temer cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, Temer recebeu R$ 1,4 milhão dos R$ 10 milhões que teriam sido acertados. Caberá à Procuradoria Geral da República avaliar o que a PF informou e decidir se oferece denúncia.

Os áudios foram entregues no âmbito do inquérito que apura o suposto repasse de R$ 10 milhões da Odebrecht ao MDB a pedido de Temer. Segundo delatores da Odebrecht, o valor foi acertado em 2014, num jantar no Palácio do Jaburu.

Quando o conteúdo das delações se tornou conhecido, a assessoria de Temer afirmou “repudiar com veemência as falsas acusações” dos delatores. 

Em um dos trecho do áudio, João Baptista Lima Filho, conhecido como Coronel Lima, pergunta: “ Tudo bem. Tem alguma previsão pra mais alguma coisa ou não?”. E Márcio, um dos interlocutores responsável por entregar a propina, responde: “Não. Ainda não tem informação nenhuma”.