Autoritarismo religioso em Salvador: Reaja!

Senta que lá vem...

Publicado em 20 de agosto de 2018 às 12:04

- Atualizado há um ano

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Na Rua das Pitangueiras, aqui em Brotas, em toda a sua longa extensão – desde que eu já vi, do Metrô de Brotas ao final de linha de Matatu -, foi instalado, nos postes de iluminação pública, um serviço de alto-falantes que toca música e faz preleções evangélicas o dia todo que Deus deu. Esta semana, dirigi-me ao Banco do Brasil do Matatu e era simplesmente impossível trocar duas palavras com uma amiga que encontrei à porta da instituição financeira, devido a altura da homilia neopentecostal que retumbava da potente caixa pendurada no poste. Eu queria perguntar à SUCOM ou ao órgão público competente, quem que autorizou procedimento tão autoritário e desrespeitoso? No caso da foto abaixo, a instalação desse serviço se dá à entrada da Igreja Bom Jesus dos Martírios, do Largo dos Paranhos. Ali, como em toda a extensão do serviço de som imposto por uma igreja neopentecostal, fere a liberdade de crença e de convivência de credos, pois impõe, de forma autoritária, as suas liturgias em detrimento de qualquer outra religião existente no Brasil. Eu queria saber se eu quisesse instalar um serviço de igual natureza para propagandear a minha religião de matriz afro-baiana, como seria? Eu ia gozar de igual privilégio e ouviríamos os atabaques sagrados tocando o dia inteiro na rua? Quem pode me ajudar aqui no facebook – advogados, militantes dos direitos humanos, funcionários públicos, agentes da procuradoria estadual e federal, militantes do movimento negro – a resolver mais essa manifestação de autoritarismo (para não dizer racismo) religioso a que somos obrigados a engolir diariamente na Bahia? Ministério Público, Prefeitura Municipal, Deus, ó Deus, onde estais que não me repondes? Que desgraça é essa senhor Deus, Deus dos desgraçados, senhor Deus!

Texto originalmente publicado no Facebook e replicado com autorização do autor