Avião está indo à Bolívia para levar Battisti à Itália, diz premiê

Italiano foi preso na noite de sábado (12), na Bolívia

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  • Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2019 às 08:35

- Atualizado há um ano

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Um avião do governo italiano está indo para a Bolívia e deve extraditar Cesare Battisti direto para o país europeu. A informação foi confirmada pelo premiê italiano Giuseppe Conte, na manhã deste domingo (13), à agência de notícias Associated Press. 

Em um comunicado, Conte elogiou autoridades bolivianas e brasileiras pela captura, após Battisti passar quase quatro décadas em fuga. No comunicado, o premiê ainda confirmou que a pena de Battisti será cumprida assim que ele pisar em solo italiano. Ele foi condenado à prisão perpétua em 1993. 

Cesare Battisti, 64 anos, foi preso pela polícia boliviana na madrugada de sábado (12), na cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Ele caminhava tranquilamente pela rua e usava uma barba falsa. Cesare foi preso usando uma barba falsa (Foto: Divulgação) Ainda neste domingo, o ministério de Relações Exteriores da Itália, Enzo Moavero Milanesi, afirmou que a prisão foi resultado de um "esforço determinado das autoridades bolivianas e brasileiras", junto com as missões diplomáticas da Itália. O chanceler "confirmou que o esforço continuará para que sua extradição para a Itália possa acontecer assim que possível".

Prisão Battisti estava em Santa Cruz de La Sierra, uma das principais cidades da Bolívia, e foi capturado por volta das 17h do sábado. Segundo relatos, ele não tentou escapar. Questionado pelos policiais, respondeu em português. O italiano usava calça azul e camiseta, óculos escuros e barba falsa, como pode ser visto nas imagens divulgadas pela polícia italiana, em sua página oficial no Twitter. 

Battisti era considerado foragido desde o dia 14 de dezembro. Foi quando o então presidente Michel Temer assinou o decreto de extradição do italiano. Ao determinar a extradição, Temer revisou uma decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No dia anterior, 13 de dezembro, a prisão de Battisti tinha sido determinada pelo ministro Luis Fux, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Na decisão, Luiz Fux expediu o mandado de prisão para ser cumprido pela Interpol. Também citou pedido da Interpol para prender Battisti pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. 

Battisti tinha sido condenado à prisão perpétua em 1993 sob a acusação de ter cometido quatro assassinatos na Itália nos anos 1970. No entanto, ele nega ter sido o autor dos crimes e se diz vítima de perseguição política.

Entenda Os crimes de Battisti foram cometidos quando ele integrava o grupo Proletariados Armados pelo Comunismo. O italiano chegou em 2004 ao Brasil, onde foi preso três anos depois. Battisti foi solto da Penitenciária da Papuda, em Brasília, em junho 2011, e voltou a ser preso em outubro do ano passado na cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, perto da fronteira do Brasil com a Bolívia. 

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele tentou sair do país ilegalmente com cerca de R$ 25 mil em moeda estrangeira. Após a prisão, Battisti teve a detenção substituída por medidas cautelares. 

Em 2010, o Supremo julgou procedente o pedido de devolução feito pela Itália três anos antes, mas deixou a palavra final para o presidente da República. Lula - atualmente condenado e preso na Operação Lava Jato - negou, porém, no último dia de seu segundo mandato, entregar Battisti às autoridades italianas. No ano passado, a Itália pediu que o governo Temer reconsiderasse a decisão de Lula. A defesa do italiano solicitou ao STF um habeas corpus preventivo. À época, Fux concedeu liminar (decisão provisória), que ele mesmo revogou agora.