Axé, afro beat, rap e muita música brasileira tomam conta do Palco Skol na segunda-feira de Carnaval

Mistura de ritmos marcou os shows de Luiz Caldas e da Banda Ifá que recebeu o rapper BNegão e Liniker como convidados

O cantor Luiz Caldas levou o Fricote para o Palco Skol na Barra na segunda-feira de Carnaval(Foto: Priscila Natividade/ CORREIO)

Na segunda-feira de Carnaval, mesmo após a passagem do último trio no Farol da Barra, o que é que essa nega ainda queria? Fricote. E o cantor Luiz Caldas subiu no Palco Skol por volta da meia-noite, puxando o coro de quem ainda não quer acreditar que o Carnaval está terminando. Veja trecho da sua apresentação abaixo. 

“Me acabo com Luiz Caldas. Tem que ter ‘Nega do Cabelo Duro’, porque senão não é Carnaval”, afirmou o cabeleleiro Edvan Santana, de 35 anos, que acompanhou o show do cantor ali do gargarejo do palco. “Sem ele o axé não existiria”, completou. O cabeleleiro Edvan Santana fez o L para Luiz Caldas: "sem ele, o axé não existiria"(Foto: Priscila Natividade/ Jornal Correio)

No repertório teve “Nega do Cabelo Duro”, “Tieta”, “Ajaiô”, “Haja Amor” e muito mais. “Seja no trio ou no palco, eu sou de festa. Somos todos multiplicadores da alegria. Todo mundo fazendo bonito, isso é axé”, definiu Luiz Caldas. Para ele, o importante mesmo é que o Carnaval seja democrático. “Fico muito feliz com esse lance. O axé music é um movimento musical e eu sinto o maior orgulho em ter sido o primeiro e em defender que o Carnaval seja feito para o povo”. 

Confira a mensagem que que o cantor gravou para o CORREIO. 

Se se a festa é do povo, não tem porque ficar parado, como afirmou a pedagoga Marli Chaves, de 66 anos que jogou todos os passinhos do Fricote, com direito a mão no alto e descidinha também. “Eu curto tudo de música brasileira e baiana. O axé está no nosso sangue, por isso eu estou aqui hoje”. A banda instrumental Ifá fechou a programação da noite do Palco Skol(Foto: Divulgação/ Pablicio Vieira)

Música negra

Logo em seguida, ainda teve espaço para mais mistura. Do ijexá ao rap passando pelo o que há de mais novo na música negra brasileira, o Palco Skol foi tomado pelo som instrumental da Banda Ifá, com participações de Liniker e BNegão. “O Carnaval tem essa potência de promover esta mistura. Sem dúvida é um encontro inédito no Carnaval de Salvador. Por isso, a gente pensou em trazer artistas representativos da música negra no Brasil”, disse o baixista da Ifá, Fabrício Mota. O sucesso "Zero"  foi uma das músicas cantadas por Liniker, durante o show da Ifá(Foto: Divulgação/ Pablicio Vieira)

Em seu primeiro Carnaval em Salvador, Liniker dividiu o palco com a Ifá em “Zero” e “Prendedor de Varal”.  “Me sinto extremamente feliz e acolhida pela cidade. O Carnaval é de todos , sem essa questão de gêneros, classes ou divisões. É pra gente ser o que quiser com respeito. Tá muito bafo, um show de encontros”, ressaltou. 

Com BNegão, o som teve músicas do Planet Hemp e também dos Seletores de Frequência.  “A raiz é a mesma. Aqui é lugar mais africano do Brasil e faz todo sentido  que esse encontro aconteça no Carnaval. As músicas de matriz africana todas tem um link”, pontuou o rapper, que durante três dias na capital baiana já contabiliza cinco shows. “Fiz participação com a Baiana no Pelourinho, na Castro Alves e no trio, também cantei com Larissa Luz e agora estou aqui junto com a Ifá. Pensei: caraca, esse é o meu lugar”.O rapper BNegão relembrou sucessos do Planet Hemp e dos Seletores de Frequência(Foto: Divulgação/ Pablicio Vieira)

No último dia da folia, a partir da meia-noite, sempre após a saída do último trio no Farol da Barra, a banda Baiana System é a atração do Palco Skol. A partir de 01h30, quem encerra a festa é a Banda Avenida Se7e.