Ba-Vi: Polícia Militar proíbe torcedor com camisa do Bahia de se aproximar do Barradão

Bases móveis da PM serão instaladas na Avenida São Rafael e nas proximidades do estádio; veja outras recomendações de segurança

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  • Fernanda Varela

Publicado em 27 de abril de 2017 às 07:06

- Atualizado há um ano

Hoje é um dia atípico. Para jogadores, dirigentes, imprensa e, principalmente torcedores e Polícia Militar. É a primeira vez que um Ba-Vi terá torcida única. O jogo começa às 20h30, no Barradão, pela semifinal da Copa do Nordeste.Como é tudo novo, é bom prestar atenção nas novas regras. Torcedores do Vitória, únicos que terão acesso ao estádio, transitarão sem problema pelos arredores do Barradão. Já tricolores vestidos coma camisa do Bahia só poderão transitar até as bases móveis da PM, localizadas na Avenida São Rafael e próxima ao estacionamento do estádio.Barradão receberá só torcida do Vitória no Ba-Vi (Foto: Ivan Dias Marques/CORREIO)O tenente-coronel Eduardo Luis Costa Ferreira explicou como os torcedores devem proceder. “Teremos uma base móvel em São Rafael e outra base móvel nas proximidades do estacionamento do Barradão. Até ali, o torcedor do Bahia pode ter acesso. A partir daí não vai passar. Recomendo o seguinte: não pense que vai chegar lá, tirar a camisa e levar no bolso. Nós não vamos aceitar. Essa camisa vai ficar retida, porque se nós liberarmos, ele, fatalmente, vai vestir quando passar por nós. Pode ser vítima de um confronto. Ir para um jogo difícil com a camisa adversária, sabendo que é proibido, você está querendo algum problema”, explica ele, que informa como a PM vai proceder ao encontrar torcedores que estejam usando a camisa do Bahia. “Existe o direito de ir e vir do cidadão. Quando identificarmos alguém com camisa do Bahia, vamos abordá-lo e fazer uma recomendação para que ele evite as proximidades do estádio, para evitar qualquer tipo de reação violenta de torcedores mais exaltados”, completa. A PM tem monitorado as redes sociais e vai reforçar o número de profissionais em áreas que costumam ter brigas de torcidas organizadas. “A preocupação da PM é abrangente. Temos as redes sociais, onde pessoas que não estão concatenadas com a vida em sociedade, criam conflitos, marcam confrontos. Nós temos nosso sistema de inteligência policial, que permite que a gente se antecipe. A nossa intenção é extirpar qualquer forma de possibilidade de um confronto. Nós temos que nos antecipar”, afirma o tenente-coronel.

O que os times acham?Para o técnico Guto Ferreira, o cenário de torcida única empobrece o futebol. “Já trabalhei sem torcida, mas torcida única, não. Prefiro o espetáculo com as duas torcidas, mas posso dizer com toda a sinceridade que a vida não tem preço. Em momentos como esse, cabe não só a nós refletirmos, mas gostaria muito que aquelas pessoas envolvidas no episódio que gerou tudo isso pudessem refletir se valeu a pena. Se pra se poupar vidas precisa ser um espetáculo de torcida única, que seja”, lamenta. Pelo lado rubro-negro, o meia Cleiton Xavier parece mais acostumado com o cenário, já que defendeu o Palmeiras no ano passado e torcida única é uma realidade em São Paulo. “Não muda para a gente. Muda pelo fato da violência. Se não fosse isso, seria torcida mista. É legal para o espetáculo, os familiares e para o bem do futebol, mas vamos jogar aqui com nossa torcida e eles lá, com a deles. Dentro de campo temos que fazer a diferença, seja torcida única ou não. Temos que estar focados 100% no campo”, opina.

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