Bahia de Feira, um pequeno que pensa grande

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Publicado em 18 de abril de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O Campeonato Baiano chega ao fim domingo e, seja qual for o resultado entre Bahia e Bahia de Feira, a equipe do interior será uma das grandes vencedoras. Além do time reaparecer na decisão oito anos depois, o clube carrega uma evolução digna dos grandes.

Em 2011, quando surpreendeu o Vitória no Barradão e conquistou seu primeiro título, o Bahia de Feira dividia o uso do Joia da Princesa com os conterrâneos Fluminense e Feirense, o que, além de manter o gramado sempre em mau estado, causava uma engenharia na tabela do campeonato e dificultava a logística quando alguma das equipes queria treinar no estádio municipal. Agora não mais. Com recursos próprios, o Bahia de Feira construiu seu estádio, inaugurado em julho do ano passado e efetivamente usado no estadual deste ano. Não perdeu uma partida em casa.

A Arena Cajueiro é palco de jogo, centro de treinamentos e engloba também a divisão de base dessa agremiação fundada em 1937 e que “renasceu” em 2009 como clube-empresa com o propósito de revelar e vender jogadores. A estrutura da arena inclui, além da grama sintética (que tem custo de manutenção menor que a grama natural), alojamentos, academia, auditório... enfim, o que o Bahia de Feira precisa para desenvolver suas atividades.

A capacidade do estádio, hoje em 3.500, tem projeção para dobrar – pré-requisito para poder jogar a Série D e a Copa do Nordeste em casa, já que os regulamentos exigem pelo menos 5 mil lugares (no caso da Série D, a partir da quarta fase). Domingo, por sinal, a participação no torneio regional estará em jogo: o Bahia de Feira precisa ser campeão baiano para se classificar para a Copa do Nordeste 2020 (do contrário, a vaga ficará com a Juazeirense, devido ao ranking da CBF), mas no calendário do ano que vem a Série D e a Copa do Brasil já estão garantidos. Este ano tem Série D também.

E assim o clube vai crescendo com as próprias pernas, no seu tempo. No entanto, convém a ressalva: estrutura é importante, mas sozinha não leva um time ao êxito. E aí entra o mérito de jogadores como Jair, Van e Paulo Paraíba e do técnico Barbosinha. 

O treinador merece um parágrafo especial. Barbosinha mostra qualidade ano após ano. Independentemente da equipe, está sempre montando times arrumados, competitivos, que dão trabalho para a dupla Ba-Vi. No jogo de ida da final, o time treinado por ele mostrou que tem condição de enfrentar o Bahia de igual para igual, apesar do favoritismo tricolor para erguer a taça na Fonte Nova. Se Barbosinha tivesse um empresário bom para gerenciar sua carreira, estaria provavelmente em um clube de maior patamar na região, disputando uma Série B ou C. 

O mesmo vale para Arnaldo Lira, campeão pelo Bahia de Feira em 2011, que comandou o semifinalista Atlético de Alagoinhas na atual edição e agora treina o Fluminense de Feira às vésperas da disputa da Série D. Quando o Campeonato Baiano de 2020 começar, ver quais são os times treinados por essa dupla é uma maneira confiável de saber que equipes do interior poderão aprontar.

Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras