Bahia e São Francisco iniciam busca por acesso no Brasileirão A-2

Dupla representa o estado na 2ª divisão do futebol feminino

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 15 de março de 2020 às 09:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Felipe Oliveira/EC Bahia

Vai começar o primeiro grande desafio do Bahia desde a implantação do futebol feminino no clube. Até o ano passado, o tricolor mantinha uma parceria com o Lusaca, que foi encerrada. Agora, o Bahia tem time próprio. Atual campeão baiano, o Esquadrão inicia sua jornada em um torneio de alto nível neste domingo (15): é a estreia na Série A-2 do Campeonato Brasileiro contra o time alagoano do UDA, no estádio de Pituaçu. A bola rola às 15h, e o ingresso é gratuito.

Não é o único baiano na competição. Rebaixado no ano passado pela primeira vez na história, o São Francisco estreia na mesma hora contra o Real Ariquemes, de Rondônia, no estádio Junqueyra Ayres, em São Francisco do Conde. O torneio começou no sábado (14), com cinco partidas.

O tricolor está no Grupo C da competição, junto a UDA-AL, Náutico-PE, Auto Esporte-PB, Cruzeiro-RN e Sport. Já o time do Recôncavo está no Grupo D, ao lado de América-MG, SERC-MS, Foz Cataratas-PR, Juventus-SP e Operário-MT.

O elenco do Bahia é formado por 25 jogadoras. Em relação ao time que levantou o troféu do Baiano em 2019, deixaram o clube a zagueira Rute, a lateral Gabi Lucchesi, as meio-campistas Fabi Ramos, Glória e Lorena e as atacantes Roqueline, Ana e Maranhão. Em contrapartida, chegaram as goleiras Fernanda e Raiane, a lateral esquerda Tayane, a zagueira Zizi, as meias Esquerdinha e Fabi Miguel e as atacantes Giovânia e Verena.

Quem tem mais currículo é Zizi. A zagueira de 34 anos defendeu o São Paulo na temporada passada e foi campeã da Série A-2. Com currículo extenso, ela já disputou uma Copa do Mundo pela seleção brasileira. Foi em 2011. Naquele ano, o torneio foi disputado na Alemanha e o Brasil foi eliminado nas quartas de final pelos Estados Unidos. Zizi jogou Copa do Mundo com a seleção brasileira em 2011 (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia) Giovânia esteve no mesmo elenco que Zizi no ano passado e também tem passagem pela seleção, com o título da Copa América. Técnico do Bahia, Igor Morena comemorou tanto a manutenção de um esqueleto quanto a chegada das novas jogadoras.

"Já tínhamos uma equipe de muita qualidade, mas muito jovem. Em nossas buscas, a gente mentalizou que precisava dar um toque de maturidade ao grupo. Tanto Giovânia quanto Zizi foram dois exemplos de atletas com boa rodagem nesse tipo de competição e acho que a gente precisava disso. Elas podem passar a experiência que tiveram de sucesso, já que foram campeãs no São Paulo", entende o treinador.

Parceria Técnico do time de aspirantes, que disputa o Campeonato Baiano masculino, Dado Cavalcanti teve contribuição no modelo de jogo que Igor pretende implantar no Bahia. Na verdade, os dois trabalharam em conjunto no início da temporada e, por conta disso, Igor Morena influenciou bastante no modelo de jogo adotado pelo time de aspirantes - líder do Campeonato Baiano com campanha invicta.

Ao CORREIO, Dado Cavalcanti afirmou que Igor foi uma peça fundamental na pré-temporada: construção de treinos, vídeo-aula para os garotos... Na palestra que inaugurou o ano, segundo Dado, ele estava presente no vídeo. Durante os quase dois meses de preparação, o Bahia fez jogos-treino inclusive contra equipes masculinas das categorias de base tricolor.

“Nós conversamos muito a respeito da forma que nossa equipe joga. As correções são feitas e óbvio que ele utilizou de muitas coisas que utilizamos adaptada a equipe feminina”, disse Dado.

Por sua vez, Igor segue a linha de elogiar bastante o companheiro de clube e profissão. Ele reproduziu algumas sessões de treino que Dado implantou no sub-23. Os dois ‘trocaram figurinhas’, inclusive, sobre os feedbacks dados por cada elenco e isso ajudou a corrigir e consolidar a ideia de jogo para o Bahia.

"Toda experiência é válida e nesse caso foi mais enriquecedora. Já conhecia a história de Dado, mas nunca tinha convivido com ele. Foi muito enriquecedor pra mim e pra Ítalo, nosso preparador físico. Contribuiu muito até em algumas situações do modelo de jogo. Alguns detalhes que dá para adaptar e corrigir, usamos algumas coisas do sub-23", pontuou.

Dado aponta que a companhia de Igor contribuiu bastante para consolidar essa ideia de jogo propositiva que o Bahia se propõe a impor no Campeonato Baiano e espera que a recíproca seja verdadeira para o time feminino.

“É um excelente profissional que já nos ajudou e tem nos ajudado muito. Espero ter contribuído de alguma forma para a evolução e trabalho dele na equipe feminina”, disse o treinador dos aspirantes. Igor Morena é o técnico do Bahia (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia) Destaques A esperança de gols no Bahia é Gadu. A atacante de 22 anos foi artilheira do último Campeonato Baiano com 21 gols em 9 jogos e também tem experiência quando o assunto é Série A-2.

Paulistana de nascença, ela foi revelada pelo Vitória em 2017 e por lá também conquistou o título estadual. Em 2018, foi vice-campeã da Série A-2 com o rubro-negro. Além disso, participou da campanha do terceiro lugar na Copa do Nordeste daquele ano. Em 2019, jogou na elite do futebol feminino nacional na campanha de 9º lugar do Vitória. Gadu é a grande estrela e esperança de gols no Bahia (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia) Contudo, Gadu terá uma antiga concorrente no elenco - que chegou a colocá-la no banco em um passado bem recente. É que o Bahia anunciou a contratação de Verena no último sábado (14) - outra atleta ex-Vitória. No ano passado, Verena foi artilheira do Leão na Série A-1 com oito gols marcados. Um deles chegou a concorrer para a eleição de gol mais bonito do Campeonato Brasileiro, um golaço de cobertura, de fora da área, em cima do Flamengo.

Formato A Série A-2 conta com as quatro equipes rebaixadas da Série A-1 em 2019, os 27 campeões estaduais (no caso de estados onde o campeão está classificado para a Série A-1, a substituição foi de acordo com a classificação no campeonato) e os seis clubes melhores colocados no Ranking Nacional de Clubes masculino de 2020 (as equipes que já disputam o feminino A-1 foram substituídas seguindo a classificação).

Os 36 times estão divididos em seis grupos com seis equipes em cada. Os jogos da primeira fase serão disputados em turno único e, ao final, os dois melhores colocados e os quatro melhores terceiros seguirão para a fase seguinte.

Os confrontos das oitavas de final serão definidos por sorteio. As fases eliminatórias serão disputadas em formato de ida e volta, sem o critério do gol qualificado. Portanto, em caso de empate, o classificado será conhecido nos pênaltis. As quatro equipes que chegarem na fase semifinal estarão promovidas para a primeira divisão de 2021.

Em 2019, os clubes que conseguiram o acesso foram Palmeiras, Cruzeiro, Grêmio e São Paulo. Eles serão substituídos neste ano pelos rebaixados Foz Cataratas, São Francisco, Sport e Vitória-PE.

*com supervisão do editor Herbem Gramacho