Bahia enfrenta jejum de gols; na Série A, só um em quatro rodadas

Marca é a pior do Bahia na era dos pontos corridos, iniciada em 2003

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 8 de maio de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

Imagine pegar um baba de cinco horas seguidas e não fazer um golzinho sequer? Essa tem sido a realidade do Bahia nos últimos jogos. Desde o gol marcado por Régis, na vitória por 2x1 sobre o Botafogo da Paraíba, pela Copa do Nordeste, no dia 26 de abril, até a derrota para o Sport, domingo passado, na Ilha do Retiro, o ataque tricolor vive um jejum de 303 minutos de bola rolando. No período, passou em branco contra Atlético Paranaense, Botafogo-PB (jogo de volta) e Sport. Contando apenas o Campeonato Brasileiro, a situação é bastante delicada. Em quatro jogos, o tricolor marcou apenas uma vez, com Júnior Brumado, aos 48 minutos do segundo tempo do triunfo por 1x0 sobre o Santos, no dia 21 de abril.

Depois disso, o Esquadrão passou em branco no empate por 0x0 com o Atlético-PR, na Fonte Nova, e na derrota por 2x0 para o Sport, na Ilha do Retiro. Antes, o time havia amargado derrota por 2x0 para o Internacional, na abertura da competição.

O Bahia não produz tão pouco ofensivamente pelo Brasileirão desde 1994, quando também marcou apenas um gol nas quatro partidas iniciais. A marca é a pior na era dos pontos corridos – iniciada em 2003 -, superando o início de 2012, quando anotou apenas duas vezes nas quatro primeiras rodadas.

Se o leque de observação for aumentado, a escassez de gol fica ainda mais evidente, já que o tricolor também não conseguiu marcar diante do Blooming, quando perdeu por 1x0, na estreia na Copa Sul-Americana, e no empate por 0x0 com o Botafogo-PB, no jogo de volta das quartas de final da Copa do Nordeste.

‘Isso é pouquíssimo’ A explicação para o jejum do ataque tricolor passa pelo momento dos jogadores de frente. Juntos, os centroavantes e pontas do Bahia marcaram 17 dos 41 gols da equipe na temporada (41%). São cinco de Edigar Junio, cinco de Zé Rafael, quatro de Brumado, dois de Marco Antônio e um de Kayke.

Principal referência do ataque, Edigar Junio não marca desde o primeiro jogo da final do Campeonato Baiano, no dia 1º de abril. De lá para cá foram sete partidas e nenhum gol.

Contratado para ser a esperança de gol, Kayke é outro que ainda não correspondeu em 2018 e só tem um anotado com a camisa tricolor. E nem adianta os atacantes reclamarem que as chances não têm aparecido. Diante do Atlético-PR, o Bahia colocou uma bola na trave e criou pelo menos sete chances claras de tirar o zero do marcador.

A baixa eficiência tem deixado o técnico Guto Ferreira preocupado. “A gente vem tendo dificuldades e isso vem mexendo muito comigo, essa falta de força ofensiva. Nós tivemos um gol em quatro partidas na competição e isso é pouquíssimo”, admitiu o treinador logo após o duelo contra o Sport, no Recife. 

Guto terá ainda mais problemas na partida de amanhã, contra o Vasco, às 21h45, na Fonte Nova, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Convocado para um período de testes com a seleção sub-20, Brumado vai desfalcar a equipe. O atacante também não enfrenta o São Paulo, domingo, pela Série A.  “O grupo do Bahia não é pronto. Agora a gente tem que colocar também que estamos com algumas faltas na estrutura da equipe, que são significativas. A gente tem que tocar bola para frente, amadurecendo o grupo e buscando os resultados”, analisa Guto.