Bahia lidera o Brasil nos ventos

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  • Eduardo Athayde

Publicado em 22 de abril de 2019 às 21:07

- Atualizado há um ano

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Os 7 mil aerogeradores brasileiros, distribuídos em 601 parques eólicos, em 12 estados, formam a segunda fonte da matriz elétrica nacional com 15 GW (gigawatts) de capacidade instalada. Este mês ultrapassou pela segunda vez a capacidade instalada de Itaipú, segunda maior hidrelétrica do mundo, com 14 GW, depois de Três Gargantas, na China, com 18 GW.

O Brasil exibe, entre os seus ativos naturais, um dos melhores potenciais eólicos do mundo, estimado em cerca de 300 GW. Neste cenário, a Bahia desponta internacionalmente como líder nacional no setor eólico. Qual o valor desse patrimônio?

As turbinas eólicas surgiram pela primeira vez há mais de um século no Reino Unido e nos EUA, entre 1887 e 1888. A produção de energia eólica, contudo, foi inicialmente desenvolvida na Dinamarca onde turbinas de eixo horizontal foram construídas em 1891 e uma turbina de 22 metros começou a operar em 1897. Hoje, todas as turbinas eólicas instaladas até o final de 2018 podem cobrir cerca de 6% do total da demanda global de eletricidade.

No final de 2018 a capacidade de energia eólica em todo o mundo atingiu 600 GW - 53,9 GW adicionados no ano passado. A China, com mais de 200 GW, instalou mais de 20 GW de capacidade em 2018. Na Europa, com uma capacidade instalada de 189 GW [adicionou 11,7 GW de capacidade em 2018, queda de 33% em relação a 2017], a eólica continua a ser a segunda maior forma de geração de energia, prevista para ultrapassar o gás em 2019. Os EUA, com cerca de 100 GW, instalaram pouco mais de 7 GW de capacidade em 2018.

Globalmente, a capacidade instalada de geração eólica onshore e offshore aumentou quase 50 vezes nas últimas duas décadas, saltando de 7,5 GW em 1997 para cerca de 487 GW em 2016, segundo dados da International Renewable Energy Agency - Irena e WWI-Worldwatch Institute.

No Brasil, enquanto o Ministério de Minas e Energia  prevê uma expansão de 125% até 2026, quando cerca de 29% da energia virá dos ventos, a ABEEólica – Associação Brasileira de Energia Eólica, estima que para cada novo megawatt instalado quinze empregos diretos e indiretos sejam criados. A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), por sua vez, estima que até 2026 a cadeia eólica possa gerar aproximadamente 200 mil novos empregos diretos e indiretos.

Iniciando investimentos eólicos há apenas uma década, a Bahia, cobiçada por investidores internacionais por ter uma da melhores jazidas de vento do mundo, deverá liderar o setor no Brasil a partir de 2020. Com 149 usinas eólicas em operação e 45 novos parques em construção, o estado gerou em 2018 cerca de 12.000 GW/hora, o suficiente para atender a mais de 9 milhões de residencias em um ano.

Visando atender à crescente demanda, a Bahia avança na regularização fundiária dos corredores de vento e já emitiu, nos últimos dois anos, cerca de 200 títulos de terras em 16 municípios. Unindo esforços de órgãos governamentais e a Procuradoria Geral do Estado (PGE), foca na regularização do setor visando garantir segurança jurídica e atrair investimentos, permitindo as empresas habilitarem seus projetos nos leilões de energia e comercialização.

Inovando na "Criação de Valor Compartilhado" com a adoção da Agenda 2030 [agenda2030.com.br] da ONU, especialmente o ODS 7 [Energias Renováveis]; a gigante italiana Enel, maior empresa da Europa em valor de mercado [comprou 73% das ações da Eletropaulo, por R$ 5,5 bilhões], é uma das corporações internacionais que investem em parques eólicos na Bahia e foi eleita a empresa mais sustentável do ano no Brasil pelo Guia Exame de Sustentabilidade 2018.

Previsto para acontecer na Bahia, o Fórum Internacional sobre Energias Renováveis / Agenda 2030, reunirá empresas e experts internacionais em Salvador da Baía de Todos os Santos (Capital da Amazônia Azul), primeira cidade do pais a ser erguida pelos portugueses que chegavam movidos pela energia do vento, única disponível na época para transportar caravelas além mar.

Eduardo Athayde é diretor do WWI-Worldwatch Institute no Brasil.