BaianaSystem, Àttooxxá e Ilê Aiyê fazem show gratuito no Wet'n Wild

Grupos fazem parte da Bienal da UNE, cuja programação musical acontece nesta sexta (8) e no sábado (9)

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  • Laura Fernades

Publicado em 8 de fevereiro de 2019 às 06:00

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Além dos famosos que escolheram passar o Verão em Salvador, a capital baiana está tomada por um grupo seleto de turistas. O motivo? A Bienal da UNE, maior festival estudantil da América Latina que celebra 20 anos de volta às origens. Além de debates e oficinas, o evento reúne shows gratuitos, sexta (8) e sábado (9), em diferentes espaços da Cidade da Música que sediou sua primeira edição, em 1999.

BaianaSystem, Ilê Aiyê, Àttooxxá, Cortejo Afro e OQuadro estão entre os artistas que se apresentam na Bienal, dentro do Festival de Artes que ocupa lugares como Wet’n Wild e Campo Grande. O evento, que este ano homenageia Gilberto Gil, conta com programação musical predominantemente baiana, mas que inclui artistas de fora como o rapper mineiro Djonga e o grupo Francisco, el Hombre, nascido em uma universidade de São Paulo.

“A Bienal tem uma pluralidade de público: reúne estudantes desde o Acre até Santa Catarina. Então, o que guiou a programação foi: artistas que falem para a juventude, que tenham expressão relevante para a juventude”, destaca Camila Ribeiro, 24 anos, curadora do evento e coordenadora geral do Circuito Universitário de Cultura e Arte (Cuca) da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Além da representatividade, continua Camila, a intenção da curadoria é reunir diferentes sonoridades para agradar aos diferentes perfis. Ou seja, incluir axé, pagode e percussão afrobaiana. Outro objetivo é mostrar o que está sendo produzido na Bahia, “que já tem a tradição de se reinventar e dar protagonismo para a música”, explica. (Foto: Divulgação) CONFIRA PROGRAMAÇÃO COMPLETA DA 11ª BIENAL DA UNE

Renovação Antes de falar em renovação, porém, a Bienal dá destaque à tradição dos blocos afros. Seja no show que o Cortejo Afro apresenta no Wet’n Wild, amanhã, seja no cortejo Culturata que reúne os Filhos de Gandhy, a Banda Didá e o Ilê Aiyê no Campo Grande, às 16h. A ideia, diz a curadora, é “mostrar a resistência dos blocos afros na cidade mais negra do Brasil”.

Feita a reverência aos veteranos, o evento destaca a renovação da música. Entre os responsáveis por isso, hoje, está a BaianaSystem, banda que conquistou o Brasil com seu soundsystem jamaicano cheio de sotaque baiano. Prestes a lançar o disco O Futuro Não Demora, que será divulgado dia 15, o grupo se apresenta hoje, no Wet’n Wild, com repertório do disco Duas Cidades (2016).

Acompanhada pelo maestro Bira Marques, a BaianaSystem vai dar pistas também do que está por vir, afinal Bira gravou no novo disco e está escalado para o Carnaval do grupo. Além disso, a Baiana vai aproveitar para matar a saudade de sua terra, onde não toca há um tempo por conta da participação nos principais festivais do país.

“A gente circulou muito pelo Brasil, por festivais independentes, ligados à questão estudantil, com engajamento político, e isso fez com que a gente tivesse capilaridade”, explica o guitarrista Roberto Barreto, 47, sobre a representatividade da BaianaSystem. “Isso aproxima o show das pessoas”, acredita.

Outro grupo que tem circulado é o Àttooxxá, atração da Bienal, amanhã. Com seu pagodão misturado à música eletrônica, a banda comemora a representatividade local e defende que é reflexo do que acontece no país. “Acredito que é um momento não só da Bahia: a música nacional está se reinventando”, explica o cantor Raoni Knalha, 30.

Curadora da Bienal, Camila concorda e reforça que a música baiana “tem feito o eixo Sul-Sudeste se deslocar um pouquinho e perceber a Bahia com intensidade”.“São os novos artistas que fazem Salvador e o estado terem destaque nacional. A Bahia está muito pulsante e tem feito o Brasil perceber esse grande pólo da cultura”, resume.Alguns destaques da programação musical gratuita

Sexta-feira (8) 20h: Samba de Roda do Recôncavo com o grupo Samba das Raparigas – Saubara Bahia. Local: Praça das Artes do Campus Ondina da Ufba 23h: Shows de OQuadro e BaianaSystem + DJ Preta e VJ Selene. Local: Wet’n Wild

Sábado (9) 13h: Roda de capoeira com Grupo Nzinga de Capoeira Angola. Local: Praça das Artes do Campus Ondina da Ufba 16h: Cortejo Culturata com Filhos de Gandhy (às 17h), Banda Didá (17h40), Ilê Aiyê (18h30). Local: Campo Grande 22h40: Francisco, El Hombre; Cortejo Afro em homenagem a Gilberto Gil; Àttooxxá; DJ Larriel; e VJ Selene. Local: Wet’n Wild