Banco do Nordeste faz feira de negócios entre prefeituras e investidores

Instituição dá segmento a sua nova estratégia de desenvolvimento regional focada nas 40 maiores cidades de médio porte da região

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  • Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2017 às 12:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Presidente do BNB, Marcos Holanda, fala durante painel de abertura do Fórum G20+20, em Fortaleza, Ceará (foto: Flávio Oliveira)

O Banco do Nordeste (BNB) reune a partir de hoje  (23/11)  empresas privadas e prefeitos e representantes das 40 maiores cidades médias da região atendida pela instituição financeira, que inclui os nove estados nordestinos mais o norte do Espírito Santo e o norte de Minas Gerais. O objetivo do encontro foi o de apresentar ao setor produtivo privado os potencias de investimentos de cada um dos municípios e as possibilidades de financiamento desses projetos. Seis das onze cidades baianas que fazem parte do grupo, batizado de G20+20 (que exclui as capitais), marcaram presença na abertura do evento: Feira de Santana, Itabuna, Barreiras, Teixeira de Freitas, Porto Seguro e Jequié. As outras prefeituras baianas do grupo são: Ilhéus, Eunáplois, Vitória da Conquista, Juazeiro, Alagoinhas e Santo Antônio de Jesus.

O G20+20, segundo o presidente do BNB, Marcos Holanda, é uma plataforma de negócios. Lançada no último mês de julho, quando o banco comemorou 60 anos. Esta plataforma é uma nova estratégia de desenvolvimento regional executada pelo banco que aposta no fortalecimento de polos regionais para irradiar o desenvolvimento econômico e social para toda a região. “Não é uma ideia de exclusão. Ao contrário, é inclusiva, pois a estratégia não exclui os demais municípios das regiões atendidas pelo BNB. Pesquisas mostram que o apoio a uma rede de cidades médias é o meio mais efetivo para que benefícios socioeconômicos cheguem à maioria da população”, justificou.

Holanda disse ainda que o G20+20 tem caráter permanente e incentiva a troca de experiências entre os prefeitos. E que cabe a cada município apresentar suas demandas prioritárias e as potencialidades econômicas que possuem. “Não cabe ao banco atrair o investidor. Podemos contribuir com inteligência econômica e no financiamento”, falou. Apesar disto, ele elencou que, em linhas gerais, as áreas que mais devem atrair recursos privados são as de produção de energia, polos industriais, economia criativa e saneamento ambiental.

Os demais painéis do primeiro dia do Fórum G20+20 procuraram apresentar formas de financiamento para as obras de grande porte – a exemplo de Parcerias Público-Privada, que foi muito enfatizada - e organismos nacionais e internacionais de financiamento de obras de infraestrutura, incluindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco Mundial e o alemão BFK Bankengruppe.

Gestão

Ainda durante a abertura do fórum, Holanda afirmou que a partir do ano que vem o BNB vai construir um indicador de qualidade de gestão para a rede das 40 maiores cidades médias da região. Segundo ele, o setor privado olha cada vez com maior atenção para a qualidade da gestão das cidades onde vão investir e, por isso, esse indicador também vai ajudar na atração de empresas. “Uma boa gestão é aquela que tem maior capacidade de entregar obras e serviços que impactem na qualidade de vida da população”, definiu. “Por isso, repito a mensagem: prefeitos, façam menos, mas façam melhor”.

O certificado de qualidade da gestão, outorgado pelo BNB, também de acordo com o presidente do banco, terá o objetivo de orientar e evidenciar estratégias de gestão, estimulando a troca de experiência entre os prefeitos, uma vez que vai se constituir em um referencial para outras administrações. A adesão ao certificado (indicador) será voluntária, ou seja, o BNB só vai avaliar a gestão que pedir para ser avaliada.

Inovação

Outro anúncio feito pelo BNB relativo à nova estratégia de desenvolvimento regional é a transformação dos atuais agentes de desenvolvimento – funcionários do banco que atuam na formulação de propostas e na articulação de projetos de desenvolvimento econômica e social – em agentes de inovação. Isso porque o BNB enxerga na inovação um caminho para o desenvolvimento. Para isso, foi feita uma parceria com a Universidade de Ben-Gurion, de Israel.

Segundo a direção do BNB, Israel possui várias similaridades com o Nordeste brasileiro, além de ser um dos países com maior número de empresas inovadoras do mundo. O embaixador do país no Brasil, Yossi Shelley, participou do fórum ontem. Em sua palestra, Shelley destacou como Israel venceu o desafio do acesso à água; 60% do território do país está no semiárido. Hoje, segundo ele, 70% da água consumida no país é dessalinizada do mar, e 80% desta água é reutilizada, evitando desperdícios. Este segmento (acesso à água e sanemaneto ambiental), segundo declarou, é um dos que empresas israelenses podem investir no Nordeste.  

O fórum prossegue nesta sexta-feira (24/11), com uma feira de negócios. Prefeituras e empresas vão poder negociar diretamente. Alguns municípios empresas, inclusive, terão estandes para aumentar a visibilidade de suas potencialidades. Entre as empresas expositoras estão a OBPI – Oficina Brasileira de Projetos de Infraestrutura, a Fundação Getúlio Vargas, Binergia, Fundação Dom Cabral, Quanta Consultoria, 4quantum, Egea sanemaneto, LSE- Londo School of Economics e Idesco – Instituto de Desenvolvimento, estratégia e Conhecimento.

*A reportagem viajou para Fortaleza a convite do BNB