Bando de Teatro Olodum inicia festejos dos 30 anos do grupo

Documentário sobre o Bando, abriu as comemorações que seguem até novembro com montagens

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  • Ana Pereira

Publicado em 18 de outubro de 2019 às 13:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

A exibição do documentário Bando, um Filme De, na noite da última quinta (17), no Teatro Vila Velha, marcou o início da celebração dos 30 anos do Bando de Teatro Olodum. O filme, com direção de Lázaro Ramos e Thiago Gomes, apresenta um resumo da trajetória marcante da companhia baiana de teatro negro criada em 1990.    O Bando escreve sua história dialogando com as muitas narrativas da cidade. O grupo, que já foi dirigido por Marcio Meirelles e Chica Carelli, atualmente é gerido de forma coletiva, tendo na linha de frente os atores Valdinéia Soriano, Cássia Valle, Jorge Washington e Fábio Santos, todos da fase inicial.

O Bando é formado por 23 atores, representantes de várias gerações. “Nosso integrante mais novo tem 16 anos, pois uma das marcas do bando são as oficinas de formação que realizamos”, conta Valdinéia. É gente que chega para “oxigenar”, completa.

Nestas trocas, muita gente chega para somar, como Onasijé, que divide com Zebrinha a direção do espetáculo Erê, escolhido para abrir a programação comemorativa este fim de semana, na Sala do Coro do TCA. Ela é diretora do Nata, grupo de Alagoinhas que nasceu a partir de oficinas do Bando.

Com concepção de Lázaro Ramos e dramaturgia de Daniel Arcades (também do Nata), Erê foi montada para as comemorações de 25 anos do grupo. E, apesar do nome, não é uma montagem infantil. “Infelizmente é um texto muito atual, que fala das chacinas que acontecem na cidade”, diz Valdinéia. Pouco vista em Salvador, Erê foi apresentada pelo Bando numa circulação em Belém e Manaus no meio do ano, o que estimulou sua escolha.

Além de Êre, o festival na Sala do Coro traz mais duas montagens infantojuvenis ligadas umbilicalmente ao Bando: Sarauzinho da Calu, com texto e direção de Cássia Valle (que estreia no sábado) e Boquinha... E Assim Surgiu o Mundo, com texto de Lázaro Ramos e direção e atuação de Ridson Reis (também ator do Bando), que entra em cartaz no dia 02/11.

Depois da largada, que tem apoio da Bahiagás, o Bando se prepara para um 2020 intenso: com remontagens de três de seus sucessos (O Paí, Ó, Áfricas e Cabaré da Raça), leituras de vários textos com participação de ex-integrantes, uma edição especial do festival A Cena Tá Preta e uma nova montagem, com um diretor convidado, cujo nome será divulgado em breve.

“Será um grande desafio. É difícil manter um grupo como o nosso, que não vai para o palco sem falar das questões sociais e raciais. Não temos patrocínio. É um trabalho de resistência”, resume Valdinéia. 

Serviço O quê: Espetáculo ErêQuando: De sexta, dia 17 a 10 de novembro. Às 20hOnde: Sala do Coro do TCAIngresso: R$ 30 | R$ 15     

O quê: Saurazinho da CaluQuando: De sábado, dia 18 a 27 de outubro. Às 16hOnde: Sala do Coro do TCAIngresso: R$ 20 | R$ 10