Barbra Banda: a ex-lutadora que está brocando no futebol e quer ser carrasca do Brasil

Atacante de Zâmbia é a primeira na história a marcar dois hat-tricks seguidos nos Jogos Olímpicos

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  • Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2021 às 21:26

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Quando entrar em campo contra a Zâmbia na manhã da próxima terça (27), às 8h30, a defesa da seleção brasileira precisa ficar atenta porque do outro lado do campo terá pela frente a artilheira da Olimpíada de Tóquio. Com seis gols em dois jogos, Barbra Banda carrega consigo um faro de gol apurado, talento e muita ambição para tentar colocar sua seleção no mata-mata.

Apesar de ter a pior defesa da Olimpíada, com média de 7 gols sofridos por partida, a seleção da Zâmbia não costuma cair sem atirar. Foram 7 gols marcados em dois jogos - somente um a menos que a própria seleção brasileira, por exemplo.

Banda marcou 6 desses 7 gols. Os três primeiros vieram na derrota por 10x3 sofrida para a atual líder do grupo Holanda e na segunda rodada colocou mais três bolas na rede durante o empate em 4 gols contra a China.

Com os seis gols marcados, Banda chegou à artilharia dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Ao lado dela está a holandesa Vivianne Miedema, que também balançou as redes em seis oportunidades. Juntas, as duas já igualaram o recorde para mais gols marcados em uma única edição de Olimpíada, que pertence à canadense Christine Sinclair (seis gols em Londres 2012).

Além disso, com o grande início de competição, Banda já se tornou a jogadora africana com mais gols nas Olimpíadas, deixando para trás a nigeria Mercy Akide, que ocupava o posto, com quatro tentos.“Eu quero ser a melhor jogadora do mundo", disse Banda em entrevista a FIFA.com, que avaliou o crescimento da equipe na competição. "É a primeira vez em uma competição grande para a maioria das garotas e acho que elas ganharam confiança agora. Temos um sentimento forte de que poderemos fazer algo na terceira partida (contra o Brasil). Queremos os três pontos", disse. Banda marcou 6 dos 7 gols de sua seleção nas Olimpíadas (Foto: Reprodução) Ex-pugilista A relação dela com o futebol começou cedo para Banda, aos seis anos de idade, incentivada pelo pai. No entanto, ainda jovem, ela conheceu uma outra paixão: o boxe. O amor pela luta foi inspirado pela zambiana Catherine Piri, a primeira africana a ser campeã do peso-galo no Conselho Mundial de Boxe.

Depois de um tempo, no entanto, Banda optou seguir com o futebol, especialmente após sua convocação para a Copa do Mundo FIFA Sub-17, em 2014. Com apenas 14 anos, a atacante já começava a exibir seu talento aos olhos do futebol mundial. Quatro anos mais tarde, em 2018, foi chamada para jogar no futebol espanhol.

Pelo Logroño, marcou 15 gols em 28 jogos e foi importante na campanha do vice-campeonato da Copa da Rainha. Em 2020, Banda acertou sua transferência para o Shanghai Shengli, da China, clube que defende atualmente.

No futebol chinês, Banda travou alguns duelos com Rafaelle, zagueira da Seleção Brasileira. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (26), a defensora elogiou a artilheira, mas depositou suas fichas na zaga do Brasil.

"O time está bem preparado, estamos muito focadas e sabemos que será um jogo muito difícil. A Zâmbia tem uma atacante muito boa, já a conheço da China, já a enfrentei algumas vezes no ano passado, mas acho que o time está bem montado. A gente conseguiu, de certa forma, neutralizar um dos melhores times do mundo e acho que temos tudo para sair com a vitória”, disse Rafaelle.

Os jogos contra a seleção de Zâmbia estão entregando uma quantidade absurda de gols, por isso não estranhe se amanhã a garganta ficar cansada na gritaria logo cedo. A equipe africana marcou 7 gols e levou 14 em dois jogos: uma média superior a 10 gols por jogo. Uma vitória de Zâmbia contra o Brasil pode colocar o time africano nas quartas de final como uma das melhores terceiras colocadas. O feito é encarado como milagre, mas se a defesa colaborar um pouquinho e Banda tiver em seus dias... é possível sonhar.