Barra de Jacuípe: condutor de lancha se apresenta à polícia

Acompanhado do advogado, ele foi até a delegacia de Monte Gordo

  • Foto do(a) author(a) Milena Hildete
  • Milena Hildete

Publicado em 26 de dezembro de 2017 às 23:31

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

O condutor da lancha envolvida na morte do piloto João Paulo Dores Lopes, 31 anos, se apresentou à polícia na tarde desta terça-feira (26). O homem identificado como Antônio Borges, dirigia a embarcação, em Barra de Jacuípe, quando colidiu com o jet ski da vítima. Dores morreu a caminho do hospital e foi sepultado na tarde de terça, no cemitério Bosque da paz, em Nova Brasília, em Salvador. 

Em sua defesa, Borges afirmou que  saiu do local do acidente por causa dos familiares da vítima. “Ele (condutor) disse que foi embora por medo da reação da família de João, que estava na praia”, informou o delegado responsável pela investigação do caso, Jacinto Alberto, titular da Delegacia de Monte Gordo.  Piloto João Paulo Dores morreu no acidente (Foto: Reprodução) Ainda segundo o delegado, Antônio é morador da região de Barra do Jacuípe e estava acompanhado de três pessoas no momento do acidente. “Conforme o condutor da lancha, o piloto do jet ski estaria acenando ou tentando falar com alguém na praia na hora do acidente. Ele (vítima) parecia que não estava vendo a embarcação”, completou Arnaldo. Após ser ouvido na delegacia, o homem foi liberado.   Antônio foi até a delegacia  acompanhado do advogado. Ele é habilitado desde 2012, mas a lancha de nome Bochin não é de sua propriedade. 

A Marinha do Brasil também investiga o caso. Na tarde de ontem, uma equipe realizou perícia no local do acidente. Em nota, o órgão informou que as causas, circunstâncias e responsabilidades pelo acidente serão determinadas em um inquérito que vai ser instaurado pelo órgão. 

Enterro e comoção Um dia após o acidente, centenas de pessoas - entre parentes, amigos e vizinhos -  foram até o cemitério Bosque da Paz, em Nova Brasília, para se despedir da vítima. Durante o enterro do irmão, Cristian Dores falou sobre o acidente e pediu por justiça. “O jet ski era uma paixão recente de João Paulo. Ele trabalhou e lutou e, por conta disso, morreu fazendo o que o fazia  feliz. Mas o que fica é o fato da lancha não ter dado socorro. Eu quero que a justiça seja feita, porque aconteceu com ele (João) e pode acontecer com outra pessoa”, disse.  (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Acidente  Morador do bairro de Itinga, em Lauro de Freitas, João chegou a  Jacuípe na manhã de segunda-feira (25), na companhia da mãe, da esposa e de alguns amigos. Eles pretendiam passar todo o dia no local. 

Segundo familiares, por volta das 17h, João se preparava para estacionar o veículo aquático à beira mar, quando foi surpreendido pela lancha em alta velocidade. A lancha atingiu a lateral do jet ski e, com o impacto, a vítima foi lançada a cerca de 5 metros. 

Ainda de acordo com familiares, a lancha estava em alta velocidade e o condutor não parou para prestar socorro. "Naquele momento, todo mundo ficou preocupado em prestar socorro a ele, ninguém foi atrás do condutor", conta Sueli Vieira, 34, cunhada de João.

A vítima chegou a ser socorrida por salva-vidas e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Arembepe, também em Camaçari. No caminho para a UPA, na companhia da esposa e ainda consciente, João se despediu dos familiares. "Ele chegou a se despedir dela, me arrepio só de falar", diz o amigo Márcio Roberto, 33. 

Dicas para condutores Andar de stand up paddle, lancha ou jet ski pode ser uma ótima opção de lazer no verão, mas os condutores de veículos devem estar atentos às regras básicas para trafegar nas águas. A alta velocidade de embarcações como a lancha, que pode chegar a até 290 km/h, pode causar acidentes envolvendo motoristas e banhistas.

Segundo a Diretoria de Portos e Costas (DPC), órgão da Marinha, somente no verão 2016/2017, em todo Brasil, ocorreram mais de 34% do total dos acidentes registrados até dezembro deste ano. De dezembro de 2016 a março de 2017, as embarcações que mais se envolveram em acidentes durante o lazer foram lanchas (57%), motos aquáticas (16%) e botes (11%).  

O primeiro passo para aproveitar o passeio aquático com responsabilidade é adquirir a carteira de motonauta ou arrais-amador. O condutor também precisa ser maior de 18 anos e deve ainda cadastrar o veículo da Capitania dos Portos. Quem está pensado em aproveitar as férias nessas embarcações, deve conhecer todo o caminho do passeio. Além disso, os condutores também precisam observar  as correntes maritimas. O ideal é entrar em contato com a Marinha para saber a situação do mar no dia do passeio.

Outras dicas essenciais são: evitar o uso de bebibas alcóolicas, avaliar a situação da embarcação e respeitar o número de pessoas que o véiculo suporta.