Barracas de praia de Villas são arrombadas; crime é frequente na região

Um dos estabelecimentos já foi roubado seis vezes este ano

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  • Bruno Wendel

Publicado em 3 de novembro de 2018 às 04:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Uma madrugada e três famosas barracas de praia arrombadas. Os estabelecimentos ficam na praia de Villas do Atlântico, bairro nobre de Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador (RMS), e foram alvo de uma série de arrombamentos. Na mesma madrugada, véspera do segundo turno das eleições, pelo menos quatro homens invadiram a Maré Blu, O Timoneiro e a Buraco da Velha. Só a Buraco da Velha já foi roubada pelos bandidos seis vezes este ano. O ataque mais recente aconteceu no último sábado (27) e, segundo os barraqueiros, está registrado na 23ª Delegacia (Lauro de Freitas).

Segundo um funcionário de uma das barracas de praia, que preferiu não se identificar, horas antes do encerramento das atividades no dia, um homem suspeito passou pelo local em uma bicicleta, observando a área.“Ele passava várias vezes, para cima e para baixo, olhando para cá. Vez e outra parava numa certa distância, mas não tirava o olho. Depois que soubemos que houve os arrombamentos, vimos que o mesmo cara também agiu da mesma forma nas outras barracas”, revela um dos funcionários da Maré Blu.Ainda de acordo com ele, os responsáveis pelos arrombamentos podem ser usuários de drogas. “O que dá para perceber é que eles invadiram para pegar tudo que podiam levar. Aqui mesmo, levaram bebida, comida e cigarros. Tudo indica que são usuários de drogas. Pegam tudo para trocar por maconha e crack. Eles sabem que dificilmente vão achar dinheiro, mas mesmo assim insistem”, lamenta.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), um policiamento rigoroso é realizado 24h na localidade, pela 52ª CIPM e unidades especializadas, como as Rondas Especiais da RMS (Rondesp RMS) e Grupamento Aéreo (Graer). O órgão ressalta ainda que "boa parte dessas ocorrências citadas não foram registradas, comprometendo o trabalho investigativo e prisões dos autores".

Apesar da demora em registrar o crime, o funcionário da Maré Blu informa que os criminosos já foram identificados, graças às câmeras do estabelecimento. “Já sabemos quem são. Eles são os mesmo que já arrombaram outros estabelecimentos. As imagens provavelmente já foram entregues à polícia”, finalizou. Ao CORREIO, a gerência do local informou que todas as informações já foram cedidas à polícia.  Invasão Segundo alguns empregados das barracas, os bandidos deram início à invasão por volta das 3h da manhã. O primeiro alvo foi o Buraco da Velha.  “Entraram pelo teto e levaram duas máquinas de cartões de crédito, um notebook e um monitor. É a sexta vez que acontece isso, só esse ano", lamenta um homem que trabalha no local."Na primeira vez, levaram dinheiro. Então, o proprietário colocou um sistema de câmeras externo, mas não adiantou. Continuaram acessando pelo teto e pela janela que funciona o caixa”, completa ele, que contou que também foram instaladas câmeras de segurança na parte interna da barraca.

O CORREIO procurou o dono da O Timoneiro, sem sucesso. No entanto, os funcionários confirmaram que o quiosque também foi vítima dos bandidos. “Levaram bebidas, pouca coisa. O dono não deixa dinheiro aqui por conta disso mesmo”, revelam. Barraca da Gávea também já foi arrombada e roubada por bandidos (Foto: Marina Silva/CORREIO) Outros casos Há um mês, a Villas Beach foi arrombada pelo telhado. “Levaram bebidas e alimentos. Então, coloquei cerca elétrica no entorno do teto, câmeras e segurança particular”, contou a proprietária, que preferiu não se identificar por medo de represália.“A gente trabalha aqui de domingo a domingo e, apesar de tanto tempo, a gente não conhece todo mundo. Aqui tem bandidos que se passam ambulantes e flanelinhas para assaltas os pedestres”, lamenta.Também dono de um dos quiosques na região, Coriolano Oliveira, 65, fala sobre a frequente onda de arrombamentos. "A concentração de público implica no aquecimento do comércio. Naturalmente, onde há facilidade, haverá possiblidade de invasão. Eles estão com o crime na mão. Passam com o celular fazendo um levantamento da situação, passando informações para outros que, posteriormente, vão agir”, comenta ele, que é responsável pela Barraca da Gávea, também em Villas.