Baseado em fake news, Sérgio Camargo promove boicote a filme de Lázaro Ramos

Presidente da Fundação Palmares diz que 'Medida Provisória' acusa Bolsonaro de racismo, o que é mentira

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  • Da Redação

Publicado em 22 de março de 2021 às 14:59

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, pediu boicote ao filme Medida Provisória, dirigido por Lázaro Ramos. Nas redes sociais, ele afirmou que a obra, que recebeu elogios da crítica em festivais internacionais, "acusa Bolsonaro de racismo".

A afirmação é falsa, provando Sérgio Camargo não viu o filme. Medida Provisória é uma adaptação da da peça de teatro Namíbia, Não!, cujo texto ainda foi escrito em 2011, quando a presidente era Dilma Rousseff.

Além da fake news, Sérgio criticou o fato da obra ter sido "financiada por dinheiro público". “O filme, bancado com recursos públicos, acusa o governo Bolsonaro de crime de racismo – deportar todos os cidadãos negros para a África por Medida Provisória. Temos o dever moral de boicotá-lo nos cinemas. É pura lacração vitimista e ataque difamatório contra o nosso presidente", escreveu Camargo.

Em outro post, voltou a pedir que as pessoas não assistissem ao filme. "Simplesmente não assistam! Difama o governo Bolsonaro e insulta a Africa, vista como um castigo para os pretos do Brasil", disse. Alfred Enoch e Seu Jorge fazem parte do elenco de Medida Provisória (divulgação) Em nota, Lázaro Ramos confirmou que o filme foi escrito em 2015 e filmado em 2019. "Medida Provisória é um filme distópico, assim como várias obras realizadas na última década, a exemplo de tantos como Handmaid’s Tale e Black Mirror", disse.

Após ser questionado pelos comentários, Camargo voltou a atacar Lázaro Ramos e a jornalista da TV Globo, Maju Coutinho: "Fizeram lavagem cerebral nos pretos da periferia. Só isso explica que admirem Maju Coutinho e Lázaro Ramos. O filme faz uma acusação criminosa contra o presidente Jair Bolsonaro e 57 milhões de brasileiros, de todos os tons de pele, que votaram nele. Lázaro Ramos, dessa vez como diretor, finge combater o racismo enquanto o fomenta. Não é isso o que o Brasil quer. Somos um só povo!".