Batalha de Pagode agita Teatro Gregório de Mattos

Disputa genuinamente baiana acontece a partir das 14 h, com 24 concorrentes

  • Foto do(a) author(a) Ana Pereira
  • Ana Pereira

Publicado em 6 de outubro de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evandro Veiga/Arquivo Correio

Primeiro, é preciso dominar a gramática da baianidade. Depois, ter criatividade. E por fim, meter dança. Parece vago? Mas pergunte a qualquer um dos 24 dançarinos selecionados para a terceira edição da Batalha de Pagode que eles saberão exatamente o que fazer.

A disputa genuinamente baiana é o ponto alto do Encontro Periférico da Artes - EPA!, que ocupou o Teatro Gregório de Mattos desde a última quarta-feira, com uma agenda intensa de performances e oficinas. É lá mesmo que rola a batalha neste domingo (6), a partir das 14h, inspirada na carioca Batalha do Passinho e nas batalhas de danças de rua, sobretudo as de break.

Um dos criadores e produtores do EPA!, o coreógrafo Bruno de Jesus, 31 anos, explica que a ideia da festival como um todo, e da Batalha, especificamente, é valorizar as atividades culturais desenvolvidas na periferia. E nesse contexto, diz, a dança tem muito destaque. “Somos muito criativos. Os dançarinos vão do eletrônico ao samba de raiz, dialogando com a ancestralidade do candomblé”, pontua Bruno, destacando também o caráter de empreendedorismo que vem com a dança.

Na primeira rodada da competição, os candidatos se apresentam em duplas (12 homens e 12 mulheres). A trilha musical, elemento fundamental, é surpresa e será executada ao vivo por uma banda de pagode. Ou seja, os dançarinhos não sabem o que vão dançar. Na etapa final do dia, a discotecagem fica a cargo do DJ Mauro Telefunksoul. E novamente com surpresa

Os primeiros colocados (nas categorias feminina e masculina) ganham  R$ 700; os segundos colocados, R$ 400. A escolha será feita por um júri formado por cinco prifissionais de dança, incluindo o dançarino e coreógrafo Cozido e a pesquisadora Carol Ribeiro.

“É tudo muito divertido”, resume Bruno, comemorando o sucesso do evento, que este ano recebeu 88 inscrições, com um aumento do número de mulheres, incluindo três mulheres trans. “Nosso objetivo é valorizar o corpo negro e ir contra à marginalização, à violência, à sexualização e ao racismo”, resume Bruno.

SERVIÇO

O quê; Batalha de Pagode

Onde: Teatro Gregório de Mattos (Praça Castro Alves).

Quando: neste domingo (6), 14h.

Entrada gratuita.