Battisti deve ser levado diretamente para a Itália, sem passar pelo Brasil

Italiano foi preso em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, neste sábado (12)

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  • Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2019 às 16:32

- Atualizado há um ano

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Preso no fim da tarde deste sábado (12), em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, o italiano Cesare Battisti não deve fazer mais escala no Brasil antes de ser extraditado para a Itália. Segundo informações da TV Globo, apesar de ser considerado foragido da Jutiça brasileira desde dezembro do ano passado, Battisti será entregue às autoridades italianas porque entrou ilegalmente na Bolívia e, por isso, será expulso do país.   Foto mostra italiano Cesare Battisti após ser preso na Bolívia (Foto: Bolivian Police / AFP)  A decisão de escala no Brasil havia sido anunciada na manhã deste domingo (13) pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, após reunião no Palácio da Alvorada, com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, e o chanceler Ernesto Araújo.

Pouco depois da declaração de Augusto Heleno, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, publicou em uma rede social que Battisti seria levado diretamente para o país europeu.

Segundo a imprensa italiana, um voo da Itália chega à Bolívia às 21h (horário local boliviano), sai de lá às 22h (horário local) direto para o aeroporto de Ciampino, em Roma, com chegada prevista pras 14h desta segunda-feira (horário local).

A prisão de Cesare Battisti ocorreu sem resistência. Segundo investigadores, para a captura de Battisti houve troca de dados de inteligência entre as polícias brasileira, italiana, e boliviana. Ele foi preso pela polícia local enquanto caminhava em uma rua em Santa Cruz de La Sierra, cidade da Bolívia.

Entenda o caso Condenado à prisão perpétua na Itália, Battisti foi sentenciado pelo assassinato de quatro pessoas, na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, braço das Brigadas Vermelhas. Ele nega envolvimento com os homicídios e se diz vítima de perseguição política. Para as autoridades brasileiras, ele é considerado terrorista.

No Brasil desde 2004, o italiano foi preso três anos depois. O governo da Itália pediu sua extradição, aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pela Suprema Corte.

Nos últimos dias do governo Michel Temer, o STF decidiu pela extradição. Desde então, a PF deflagrou uma série de operações para prender Battisti. No final de dezembro, a PF já tinha feito mais de 30 operações na tentativa de localizar o italiano.A medida era defendida ainda em campanha pelo presidente Jair Bolsonaro.