BBB21 domina as rodas de conversa e nem a Netflix escapa

Edição mais comentada do reality termina nesta terça-feira (4) com show de ex-participantes

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  • Laura Fernades

Publicado em 4 de maio de 2021 às 05:00

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Fotos: João Cotta/TV Globo

Ninguém escapou do BBB21. Até quem não assistiu ao programa acompanhou as notícias da edição que deu o que falar. Teve favorito ao prêmio abandonando o reality, relação abusiva escancarada diante das câmeras, rejeição histórica e recorde de popularidade. Até a Netflix se rendeu ao assunto das redes sociais. 

O perfil oficial da gigante do streaming chegou a 24 milhões de seguidores neste domingo (2) e citou Juliette na legenda. “Comemorando aqui antes que a @juliette me passe no Instagram”, brincou, colocando a hashtag #teamnetflix. A advogada paraibana – que está na final desta terça-feira (4) com Camilla de Lucas e Fiuk – ultrapassou os 23 milhões de seguidores, alcançou Grazi Massafera e ficou atrás apenas de Sabrina Sato, que tem 29,6 milhões. 

Foi a primeira vez que uma participante do Big Brother conquistou tantos fãs enquanto estava no reality da Globo. Até Anitta brincou com o assunto: depois de ter elogiado a equipe de marketing da advogada, a cantora disse na última semana que está pronta para passar sua “coroa de rainha” para Juliette. A sister favorita ao prêmio da maior temporada do programa (100 dias) ganhou até música feita por Carlinhos Brown e agradecimento de Chico César, que disse que gravaria com ela.

Resenha A edição que está na boca do povo atingiu também quem não acompanhava o BBB desde sua estreia, há quase 20 anos. Caso do contador Robério Júnior, 40 anos, que deu “risada com Kleber Bambam e a boneca Maria Eugênia, acompanhou as loucuras do baiano Adriano”, mas não via o BBB como entretenimento que despertava muito interesse. Até esta edição: virou comentarista nos grupos de WhatsApp.   Robério sempre priorizou outros passatempos, como leituras, filmes, barzinho com os amigos ou uma ida ao teatro, mas o confinamento que a pandemia trouxe fez com que mergulhasse com força no universo da casa mais vigiada do Brasil. “É um bom motivo de resenha”, gargalha o contador que não fez campanha para nenhum participante, mas não escondeu a simpatia por Gil, que saiu na última eliminação.    “Pra mim o BBB 21 se destacou por trazer pautas importantes: respeito à sexualidade, xenofobia e questões raciais. É triste ver como as pessoas não percebem que cometem xenofobia ‘sem saber’, que cometem racismo ‘sem querer’”, destaca Robério. A conscientização que os participantes trazem junto com o apresentador Tiago Leifert é fundamental, em sua opinião, para gerar reflexão.    Sobre a final, que terá apresentação dos Brothers cantores Karol Conká, Pocah, Projota e Rodolffo, não espera “nada que não seja Juliette campeã!”, ri. “A final não era a desejada pela maioria do público. Fiuk é um penetra nesse pódio. A final sem Gil, principal protagonista, é um pouco triste. Mas acredito que o público e os cactos cobraram caro a ‘traição’ de Gil e Sarah em relação a Juliette”, pondera.    Outra que deu o braço a torcer depois de cinco anos sem acompanhar o BBB foi a profissional liberal Daniele Álvares, 33. Essa edição a conquistou porque ela escutava muita gente falando de Juliette. “Era Juliette pra lá, Juliette pra cá e eu pensei: Meu Deus, quem é essa mulher?”, conta Daniele, que se interessou pela história de vida da sister e pela história de vida de Gil, “que é uma pessoa muito sofrida”.   Indignad@s  A eliminação do economista no domingo (2) movimentou as redes sociais e deu origem às hashtags #indignado e #indignada. “Eu tô indignada, o Brasil está lascado”, brincou a jornalista, humorista e comentarista fixa do BBB Maíra Azevedo, sem esconder sua frustração depois do paredão. “Sempre falei para vocês que meu pódio era Gil, Camilla, Juliette ou João”, reforçou. 

Apesar da “revolta” em não ver Gil na final, Tia Má disse que a saída do favorito foi uma das mais bonitas que já viu. “O BBB é o jogo do imprevisível e tudo pode acontecer”, ponderou, em uma live no seu Instagram. Já no plantão BBB da Globo, que foi ao ar na tarde desta segunda-feira (3), a comentarista ressaltou que o programa é um reality feito para entreter, mas “que também tem muita reflexão”. 

“Textão não ganha paredão, mas faz refletir e nessa edição a gente pôde discutir cancelamento, xenofobia, a gente pôde rir, mas também colocar a cabeça no lugar. Será que a gente pode, de fato, questionar a sexualidade de alguém?”, provocou. “A gente precisa respeitar e esse beijo protagonizado por Lucas e por Gil eternizou essa edição para que a gente possa entender que afeto a gente não questiona”, afirmou. 

Autora do livro Como se Livrar de um Relacionamento Ordinário, que aborda as relações tóxicas, Tia Má também destacou esse tema no plantão BBB. “A gente não pode deixar de se meter nas relações tóxicas que a gente vê por aí”, defendeu. A humorista ressaltou, ainda, que racismo não é piada e que “a gente não pode mais banalizar” o assunto que “não é engraçado”. 

“O cabelo de ninguém pode ser motivo de chacota. O BBB provoca na gente também reflexão. A gente está ali para dar uma espiadinha na vida do outro, mas também identifica coisas que acontecem em nosso cotidiano. Que a gente perceba que aquilo ali que acontece na casa, e a gente não gostou de ver, não é para ser praticado aqui fora. Que a gente siga refletindo em busca da construção de um mundo melhor”, desejou.