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o musical é dividido em dois atos e conta com a participação de Michel Teló
Roberto Midlej
Publicado em 22 de março de 2019 às 10:38
- Atualizado há um ano
É difícil afirmar com precisão quando nasceu um determinado gênero musical, mas pode-se arriscar que a música sertaneja surgiu há mais ou menos 100 anos, quando Angelino de Oliveira (1888-1964) compôs Tristeza do Jeca, que ganharia inúmeras gravações e, na voz da dupla Tonico e Tinoco, se tornaria o primeiro sucesso do gênero.
A história da centenária música caipira é contada no espetáculo Bem Sertanejo - O Musical, que será apresentado de hoje a domingo no Teatro Castro Alves, num total de cinco sessões. No elenco, o destaque é a presença do cantor Michel Teló, que despontou para o mundo com o fenômeno Ai, Se eu Te Pego.
A montagem é um derivado do Bem Sertanejo, quadro que Teló apresentou no Fantástico em 2014 e 2017 contando a história da música sertaneja. Os episódios - disponíveis no site do programa - acabaram gerando um DVD, um livro e uma turnê do cantor, além deste musical que chega a Salvador.
Em entrevista ao CORREIO, Teló falou sobr o que lhe motivou a participar do musical: “Eu nasci e fui criado pelos meus pais ouvindo música sertaneja e queria contar a história do gênero. Queria resgatar um pouco da história, de uma maneira simples, mas com qualidade. Tocando uma viola, uma sanfona, sem muita edição”.
A direção é de Gustavo Gasparani, que também assina o texto e o roteiro musical, além de integrar o elenco. A cenografia é de Grinco Cardia, que realiza a mesma função em espetáculos como OVO, montagem da Cirque du Soleil que chega ao Brasil este mês. Para Bem Sertanejo, Gringo buscou inspiração na modernista Tarsila do Amaral (1886-1973).
Nota-se ainda a presença de outros elementos do Modernismo brasileiro, como textos de Mário de Andrade (1893-1945) e de Guimarães Rosa (1908-1967), além de músicas de Villa-Lobos (1889-1957).
Dois Atos
A montagem é dividida em dois atos. No primeiro, o espectador é apresentado ao universo rural e interiorano brasileiro, permeado por textos de Cora Coralina (1889-1985) e Manoel de Barros (1916-2014). Nesse trecho estão clássicos como Tristeza do Jeca, Calix Bento e Luar do Sertão. Tudo no meio do mato, “com jeito e perfume do mato”, como afirma o material de divulgação.
O segundo ato mostra a trajetória dos artistas caipiras, desde suas primeiras apresentações em suas cidades até chegar aos grandes centros urbanos. Novamente, clássicos caipiras, como Chico Mineiro e Majestade, o Sabiá aparecem na trilha. Aí, surgem também clássicos mais recentes, como Pensa em Mim e Evidências. No total, são mais de 50 canções nos dois atos.
E o sertanejo com influência pop também está presente em músicas gravadas pelo próprio Teló como Bará Berê e Ai Se Eu te Pego. Teatro Castro Alves (Campo Grande). Hoje (20h30), amanhã (17h e 21h) e domingo (16h e 20h). Ingresso: R$ 120/R$ 60 (filas A a E), R$ 100/R$ 50 (filas F a P), R$ 80/R$ 40 (filas Q a Z) e R$ 50/R$ 25 (filas Z1 a Z11). Clube Correio: 40% de desconto