Bendine nega à PF propina de R$ 3 mi e diz que 'contrariou' Marcelo Odebrecht

Na lista de propinas da empreiteira, Bendine era identificado como "Cobra". O empresário Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015, disse em delação premiada que pagou R$ 3 milhões a Bendine

  • D
  • Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2017 às 18:22

- Atualizado há um ano

Em seu depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira, 31, o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine negou que tenha recebido propina de R$ 3 milhões da Odebrecht. Ele afirmou que não recebeu valores ilícitos de qualquer empresa. Bendine disse, ainda, que tinha boa relação com o publicitário André Gustavo Vieira da Silva, mas negou ter "relações profissionais com ele".Segundo Bendine, enquanto foi presidente do Banco do Brasil "negou inúmeros pleitos da Odebrecht, como o pedido de financiamento da construção do estádio do Corinthians".Bendine foi preso na quinta-feira, 27, na Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato, por suspeita de propina da Odebrecht. Também foram presos André Gustavo e o irmão dele, Antonio Carlos Vieira Júnior.Na lista de propinas da empreiteira, Bendine era identificado como "Cobra". O empresário Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015, disse em delação premiada que pagou R$ 3 milhões a Bendine.À PF, Bendine afirmou que "contrariou Marcelo Odebrecht, cancelou negócios, e manteve seus contratos suspensos em decorrência das investigações no âmbito da Lava Jato".Ele relatou "conversa tensa com representantes da Odebrecht em escritório de advocacia que atendia ambas as empresas".Sobre a viagem que faria a Portugal na sexta-feira, 28, voltou a informar que se tratava de "uma viagem turística, com a família, que tinha passagem de volta". Apresentou os comprovantes de reservas em hotéis.Bendine disse que "foi surpreendido com sua prisão, uma vez que já tinha manifestado intenção de prestar depoimento e abriu mão de seu sigilo fiscal e bancário".