Bethânia realiza sua esperada live neste sábado (13) no Globoplay

Cantora celebra exatos 56 anos de carreira na noite da apresentação

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  • Roberto Midlej

Publicado em 11 de fevereiro de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Jorge Bispo/divulgação

Não é aniversário dela, mas o 13 de fevereiro representa para Maria Bethânia um segundo nascimento: “É muito importante na minha vida, um dia da escolha da minha vida, quando decidi ser cantora em 13 de fevereiro de 1965”. Naquele dia, ela substituiu Nara Leão no histórico show Opinião e deu início a uma trajetória artística que revelaria uma das maiores vozes e intérpretes da história da música brasileira.

Bethânia reconhece que gosta de celebrações e herdou isso da mãe. Então, é hora de festejar: por isso, ela finalmente cedeu ao apelo dos fãs e vai apresentar sua live neste sábado (13), às 22h, no Globoplay, quando completa exatos 56 anos de carreira.

E tem outro motivo para celebrar: foi em 13 de fevereiro de 2016 que a cantora participou do Desfile das Campeãs das escolas de samba do Rio de Janeiro. A Mangueira havia conquistado o título e a homenageada era Bethânia. Este ano também se celebram os 50 anos de outro espetáculo histórico, Rosa dos Ventos,que rendeu um álbum homônimo, clássico da discografia nacional.

Em conversa com o CORREIO, Bethânia falou sobre o que (não) tem feito quarentena, antecipou novidades sobre o próximo disco e disse o que espera da live.

Sua apresentação é muito aguardada. Por que esperou tanto para realizá-la?

A Globo me convidou para fazer no dia 13, quando completo 56 anos de carreira. Além disso, o dia 13 é muito simbólico pra mim, eu fui campeã na Mangueira, desfilei em 13 de fevereiro como campeã. E neste ano o espetáculo Rosa dos Ventos faz 50 anos. Eu achei que podia comemorar, relembrar essa data com o que é meu ofício, que é cantar, fazer uma apresentação diante dessa dificuldade toda que vivemos. O meu estilo de cantora, de intérprete, não é exatamente o que as lives apresentam. Sou uma artista de grande palco, com dramaturgia, com iluminações, com roupas fortes e tal... e as lives são muito simples, são caseiras. 

Mas mesmo não se identificando muito com o formato, o show terá sua identidade, não é?

Minha identidade é minha voz. Eu falo e ela me traz, me chega. Eu chego onde ela vibra. Mas é lógico que [na live] é de maneira diferente. Aprendi muito vendo lives. Eu vi coisas muito bonitas. O trabalho de Teresa Cristina foi mágico, maravilhoso. Vi lives lindas de Monica Salmaso, coisas lindas de Chico César, Fafá de Belém, Gal... vi as de Caetano e me comovi com todas. Fiquei aprendendo também que as pessoas [nas lives] têm um outro comportamento e que eu posso ter outro comportamento, naturalmente imposto. Quando eu puder voltar à cena com o público, com minha energia e energia do público, voltarei do jeito que gosto e sei fazer. Quero fazer muito feliz pelo dia, que é muito importante na minha vida, um dia da escolha da minha vida, quando decidi ser cantora em 13 de fevereiro de 1965.

Você acabou cedendo ao formato da live. Aos poucos, ela foi lhe conquis... [interrompe o repórter] Não, não, não! Não quero ficar fazendo isso não, quero que a vida volte ao normal. Enquanto não volta, eu consigo fazer uma live. Gravei um disco na pandemia e isso foi importante pra mim. Será lançado entre março e abril. Então, foi um modo de me expressar que encontrei no meio desse turbilhão difícil. 

A literatura é uma arte que lhe interessa muito. Aproveitou a quarentena para ler muito? Não, eu não li nada que valha indicar. Este resguardo tira a nossa naturalidade e não consegui fazer nem o que é normal. O tempo voa sem você fazer nada. É muito estranho, dispersivo, é difícil você se concentrar . Estou torcendo para me vacinar o mais breve possível e, quando for minha vez, serei a primeira da fila, correndo. É muito desagradável, todo mundo fica sem expressão, sem modo de falar com o outro, todo mundo tolhido, cheio de dedos.

Como será o novo álbum?  Sai entre março e abril. Gravei uma canção de Tim Bernardes, uma inédita dele. Sou fã do Tim, ele tem uma música muito diferenciada. E ele mandou uma canção pra mim, e é engraçado porque é um “baladão”. O novo disco chama-se Noturno, é mais uma homenagem a Ode à Noite, do Fernando Pessoa e canto tudo, vale tudo, é muito silencioso em alguns momentos e orquestrado em outros.

Sábado (13), no globoplay, às 22h. Aberto para não assinantes