Billie Eilish: a incrível e melancólica pop star teen brilha no 1º álbum

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  • Hagamenon Brito

Publicado em 8 de abril de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Apontada como uma das maiores revelações pop dos últimos tempos, a cantora americana Billie Eilish não gosta de sorrir. "Faz-me sentir fraca, sem poder, pequena. Sempre fui assim. Não sorrio para nenhuma fotografia", diz.  Billie Eilish, 17 anos: mais de 1 bilhão de plays no Spotify, quase 17 milhões de seguidores no Instagram e um ótimo primeiro álbum (Foto/Divulgação) A expressão séria é uma das marcas da cantora, bem como as roupas largas, a voz doce e sussurrada, o estilo pouco convencional e as declarações desconcertantes: "Adoro ser julgada. Estou aqui para isso". 

Ponto importante: Eilish tem 17 anos e detesta que lhe falem sempre da idade ("Porque é que isso tem de me definir?"). Há na sua atitude um misto de profundidade e rebeldia que chega a ser intimidadora, talvez por ambas parecerem autênticas e sua música soar tão madura para alguém nessa idade.

Com mais de 1 bilhão de plays de seus singles no Spotify e 16,9 milhões de seguidores no Instagram,  Eilish brilha intensamente em seu primeiro álbum, When We All Fall Asleep, Where Do We Go? (Universal Musiv), que define um estilo próprio a partir de influências de Kanye West (fase Yeezus/2013), Lana Del Rey e Lorde.

Eilish só escreve música há cinco anos; compôs a primeira canção aos 12 e gravou a sua primeira com 13, mas é mais sagaz do que muitos escritores que têm feito isso há muito tempo. Ela é, como muita gente com menos de 21 anos hoje em dia, a imagem de um tédio frio e indiferente, o que não significa necessariamente ausência de sensibilidade, claro. 

E ela também não é o modelo típico de um(a) adolescente. Foi educada em casa, em Los Angeles, por seus pais, os atores escoceses e irlandeses Maggie Baird e Patrick O’Connell, e incentivada nas artes pelo irmão mais velho, Finneas, que também compõe e produz muito bem em seu próprio quarto, onde When We All Fall Asleep, Where Do We Go? foi gravado. Mas a música de Billie Eilish ressoa e provoca espanto porque ela é capaz de articular os absurdos da jovem experiência americana com inteligência, ternura e honestidade. 

Os irmãos Eilish e Finneas fazem baladas de piano matadoras, canções folk  e melodias impetuosas, usando o dance pop e o hip hop como plataformas de lançamento para seus estranhos e fascinantes voos sonoros.

Impossível resistir à canções como Bury a Friend, Bad Guy, Xanny(onde a cantora se pergunta por que as pessoas usam drogas em festas: "Eu sou a fumante passiva/Bebendo só uma latinha de Coca"), Wish You Were Gay (ela gostaria que o cara que a rejeitou fosse gay), All The Good Girls Go To Hell e o sucesso You Should See Me in a Crown.

Veja os videoclipes Bad Guy e Bury a Friend

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BÁRBARA EUGENIA EXPLORA NOVOS SONS NO SEU QUARTO E BOM ÁLBUM: TUDA

Artista carioca radicada em São Paulo desde 2005, Bárbara Eugenia, 38, chega mais diversificada musicalmente no seu quarto, independente e bom álbum, Tuda, coproduzido pela cantora ao lado de Dustan Gallas e Clayton Martin. Bárbara Eugenia: novo álbum tem influência da música afro-baiana e participações de Zeca Baleiro, Felipe Cordeiro e Iara Rennó (Foto/Marcos Villas-Boas/Div.) Com uma discografia esteticamente variável, mas cujos álbuns dialogam entre si, Barbara apresenta o seu trabalho mais dançante ao aprofundar seu gosto pelo eletropop dos anos 70 e 80 e experimenta novos sons, como a afro-baianidade em Saudação, um ijexá com participação do Bloco Pagu, e Perfeitamente Imperfeita, um samba-reggae romântico.

A influência baiana, conta Bárbara, vem da relação afetiva como ouvinte da axé music, nos anos 1990, e da participação no bloco carnavalesco paulista Pagu, onde sai há três anos. 

A variedade rítmica passa também pelo reggae estilizado de Querência, com participação especial de Iara Rennó, e o balanço paraense de Confusão, dueto com Felipe Cordeiro.  Outro convidado é o maranhense Zeca Baleiro. Ele divide os vocais com a anfitriã na parceria Bagunça: "Além de talentoso, Zeca é generoso. Aprendi muito com a  parceria". 

Barbara, que ganhou maior visibilidade ao emplacar Coração na trilha da novela Velho Chico (2013), encanta ainda no romantismo espanhol de Sol de Verano e na ensolarada Por La Luz y Por Tierra, com a banda argentina Onda Vaga.

Assista o videoclipe Perdi

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A BOSSA FEMINISTA DA SÉRIE "COISA MAIS LINDA", DA NETFLIX Coisa Mais Linda é a melhor e mais bem produzida série brasileira feita pela Netflix. Num Rio de Janeiro edulcorado para o mercado gringo, na virada dos anos 1950/60, a série usa o nascimento da bossa nova como pano de fundo para a vida de quatro mulheres: Maria Luiza (Maria Casadevall), Adélia (Patrícia Dejesus), Thereza (Mel Lisboa) e Lígia (Fernanda Vasconcellos). A maior virtude da trama, em sete episódios, é o olhar feminista numa época em que o machismo na sociedade brasileira era ainda maior do que é hoje, assim como o racismo. Que venha a 2ª temporada.

Veja o trailer