Biografia reúne histórias das gravações dos discos da Legião

Através de entrevistas público conhece a personalidade da banda nos bastidores, quando ficavam horas no estúdio ou em um programa ao vivo

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  • Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 09:50

- Atualizado há um ano

Se um disco falasse, o que ele diria? Uma pergunta difícil de responder quando quase todo mundo já o trocou por um Spotify ou iTunes. E se os discos de Legião Urbana falassem? Esses têm muita história para contar, e estão todas reunidas no livro Discobiografia Legionária, lançado pela jornalista fluminense Chris Fuscaldo, em dezembro do ano passado.A Legião nos anos 80: Renato Rocha, Renato Russo, Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos (Foto: Arquivo CORREIO)Não se trata de mais uma biografia da banda ou do seu líder, Renato Russo (1960- 1996), mas sim das histórias de cada um dos oito discos de estúdio da Legião, incluindo ainda seis discos gravados ao vivo e outros sete da carreira solo de Renato. As histórias são narradas através de entrevistas com pessoas que trabalhavam dentro do estúdio, na produção, pré-produção e mixagem.A ideia veio em 2008, quando Chris foi convidada pela gravadora EMI Music para escrever textos sobre os discos da Legião que estavam em processo de reedição, concretizada em 2010. “Achei que não teria novidade nenhuma para acrescentar, só que, na medida em que fui fazendo as entrevistas, senti que o meu diferencial era tá ouvindo pessoas que são coadjuvantes da história, e não aparecem em outras publicações”, afirma a autora.Através dessas entrevistas é possível conhecer a personalidade da banda nos bastidores, quando ficavam horas no estúdio para gravar uma música ou quando estavam prestes a fazer um programa ao vivo. Uma delas envolve a gravação da música Só Louco, com Renato Russo e Dorival Caymmi (1914-2008), no programa Por Acaso, da TV Globo, em 1994. “José Maurício Machline, que era produtor do programa, chamou Renato para cantar com a Adriana Calcanhoto. Quando ele estava lá, descobriu que Dorival Caymmi  ia gravar outra edição no mesmo dia e ficou louco”, conta Chris. “O Machline acabou convidando Renato para fazer o programa com Caymmi, e ele foi correndo em casa pegar todos os discos dele para autografar”.A história de Chris com a Legião Urbana começou quando ela ouviu a música Faroeste Caboclo. “Eu gosto de histórias de pessoas, e essa música conta uma história”. Seu estilo, no entanto, é eclético. “Sou legionária, mas sou muita coisa também. Tive uma fase MPB e depois axé, logo quando a Daniela Mercury estourou. O samba foi uma das últimas que chegaram pra mim”. Chris Fuscaldo entrevistou pessoas que trabalharam nas gravações (Foto: Divulgação)Agora, Chris está trabalhando na biografia de Zé Ramalho, que deve ser lançada ainda no primeiro semestre deste ano. A biografia servirá de base para um roteiro de filme que a jornalista está fazendo junto com a cineasta baiana Ceci Alves. “O livro é bem linear, trata da vida dele desde o nascimento até agora, explorando a obra. Já o filme terá a história contada por outras pontos de vista”, revelou ela.