Bola de cristal empresarial

Por Hugo Brito

Publicado em 22 de setembro de 2017 às 05:01

- Atualizado há um ano

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A quantidade de dados gerada diariamente por equipamentos eletrônicos como aparelhos celulares, máquinas de débito e crédito, computadores, sistemas de controle de trânsito, câmeras de segurança, etc é cada vez maior. Tratar e entender toda essa informação é uma busca diária de empresas de tecnologia focando principalmente no semento chamado B2B, ou seja Business to Business – Empresa para Empresa. Uma empresa que destina grande esforço nesse sentido é operadora OI.  

Conversei com exclusividade essa semana com a diretora da área de B2B da operadora, Catia Tokoro, sobre essa estratégia nessa área. Na conversa ficou claro que o objetivo é aproveitar a vantagem de ter uma quantidade grande de informações gerada pelo universo de assinantes para ajudar as empresas no sentido de entender padrões de comportamento de consumo e atuar no sentido de atender aos consumidores cada vez com a maior aderência à suas necessidades, tudo com respeito do direito à privacidade já que não é possível saber nominalmente o comportamento e sim a forma de agir geral de um determinado tipo de consumidor, como por exemplo moradores de um determinado bairro, pessoas de uma idade determinada, etc.

Além disso, Catia deixou claro que além dessa torre de atuação voltada para a análise de dados outras três completam a solução. Elas são segurança cibernética, armazenamento em nuvem e internet das coisas a IOT. Uma dessas soluções já passa a ser usada esse ano por uma grande supermercadista cliente da empresa que começa a usar gôndolas e geladeiras inteligentes em seus supermercados. Através de vídeo monitoramento a empresa poderá entender o comportamento de quem compra e controlar estoques, escolha de produtos, disposição nas prateleiras, etc, de forma quase que instantânea.

O próximo passo é trazer toda essa informação para um ambiente de inteligência artificial com a chamada Machine Learning, a capacidade de aprendizado dos computadores. Logo, empresários poderão praticamente prever o comportamento dos clientes e, com isso, gastar de forma mais acertada e melhorar os resultados dos negócios. A boa notícia para os pequenos empresários é que já estão sendo desenvolvidos produtos que utilizarão toda essa informação em módulos mais baratos e customizados para ramos específicos. Um dono de lavanderia de bairro, por exemplo, que é praticamente um empreendedor individual, poderá contar em breve com análises que facilitarão as decisões de atuação de forma mais eficiente. Sem dúvida o mundo fica, a cada dia, mais previsível e, com isso, mais eficiente.  Uber impresso  Usuários selecionados pela empresa que revolucionou o transporte nas cidades testam essa semana uma nova forma de pagamento. O boleto pós pago. O site “a vida é feita de desconto” publicou uma mensagem enviada pela empresa para um usuário. O objetivo da Uber, parece, é reduzir a circulação de dinheiro, outra forma de pagamento que a empresa liberou e que estaria aumentando o risco de assaltos nos carros. O teste consiste em disponibilizar um limite de gasto para esses usuários que depois receberão um boleto para pagar a parte utilizada.  Ataques virtuais crescendo no Brasil Um estudo divulgado essa semana, por parte de uma consultoria americana especializada na área de cyber segurança, mostrou que no Brasil o número de ataques cibernéticos cresceu em mais de 200% esse ano, em relação a 2016.  Quase metade das empresas atacadas perderam dinheiro com os golpes. Devido ao cenário de insegurança esse mesmo estudo mostra que os empresários estão direcionando 80 % dos investimentos em TI para a parte de cyber segurança, em ações que vão além do controle dos dados e chegam a quebras de paradigmas importantes. A mudança que mais chama atenção é a troca do armazenamento local para soluções em nuvem.

Embora inicialmente pareça menos confiável estar com os dados fora da empresa, usar a nuvem tem se mostrado solução mais segura, segundo especialistas da área. Isso se deve ao fato de que plantas especializadas e de grande porte com foco em oferecer esse tipo de serviço possuem equipes e sistemas de segurança muito mais eficientes, já que visam defender todos os clientes o tempo todo. Um exemplo de que esse tipo de abordagem se mostra cada vez mais positiva é o fato de que grandes bancos, inclusive brasileiros, já armazenam e processam suas informações fora de suas estruturas de TI, algo inimaginável há pouco tempo.