Bolsonaro diz que Queiroga fará parecer desobrigando uso de máscaras por vacinados e curados

Presidente volta a defender medicação sem eficácia contra a Covid; Possível parecer não levaria em possibilidade de reinfecção e transmissão mesmo de vacinados

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  • Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2021 às 18:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: Carolina Antunes/PR

O presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta quinta-feira (10), que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fará um parecer para desobrigar o uso de máscaras para quem já foi vacinado ou para quem já se infectou com o coronavírus. "Olha matéria pra imprensa. Acabei de conversar com um tal de Queiroga, nosso ministro da Saúde, e ele vai ultimar um parecer visando a desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que estejam vacinados ou já foram contaminados para tirar este símbolo que, obviamente, tem sua utilidade para quem está infectado", disse Bolsonaro em uma solenidade no Palácio do Planalto. Bolsonaro ainda criticou o isolamento social para as pessoas não contaminadas. "Para nós, no nosso protocolo, o infectato, esse sim, fica em casa. Não aquele fica em casa para todo mundo. A quarentena é para quem tá infectado. Porque isso destrói empregos, mata de outra forma o cidadão. Mata de fome, de depressão, aumenta a violência em casa, aumenta o abuso contra criança", disse. Além disso, o presidente voltou a defender a hidroxicloroquina e ivermectina no tratamento contra a covid, medicações que não têm eficiência contra a doença. O possível parecer citado pelo presidente não levaria em conta que mesmo quem já vacinou ou teve covid ainda é capaz de transmitir a doença. Países que já aboliram o uso da máscara levam em conta o número de pessoas com vacinação completa. No dia 13 de maio, os Estados Unidos anunciaram a desobrigação do uso de máscaras e apenas para pessoas vacinadas com duas doses. Naquela altura, o país tinha um terço da população já totalmente imunizada e 154 milhões vacinados com ao menos uma dose.  A medida tinha a intenção de incentivar pessoas que ainda não se vacinaram a comparecerem aos postos para garantir a imunização. Atualmente os EUA têm 43% da população totalmente vacinada. Já o Brasil tem pouco mais de 11% da população vacinada com as duas doses, enquanto quase 52 milhões receberam ao menos uma dose.