Bolsonaro ganha apoio de padres em defesa da posse de armas

Padre Paulo Ricardo diz que legítima defesa é 'cristã'

Publicado em 8 de janeiro de 2019 às 08:46

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Twitter

O presidente Jair Bolsonaro ganhou mais aliados na defesa da liberação do posse de armas no Brasil: padres católicos. Em seu Twiiter, o presidente repostou uma mensagem do Padre Paulo Ricardo, que fala sobre o armamento.

"Se é verdade que os cristãos buscam a paz, isso não significa que eles sejam pacifistas", escreveu o religioso em uma mensagem na qual recomenda que seus seguidores assistam um vídeo sobre "o que a Igreja ensina sobre o desarmamento e a legítima defesa". O vídeo é de 2011, quando aconteceu o massacre de Realengo, quando um jovem entrou em uma escola e matou 12 alunos. O padre afirma que legítima defesa é cristã.

“O que é um homicídio, o que é matar uma pessoa? É tirar a vida do inocente. O pecado do homicídio é isso, mas aqui nós não estamos tirando a vida do inocente, estamos tirando a vida do agressor. A legítima defesa é cristã, é moral, perfeito”, diz o padre Paulo Ricardo, no vídeo. 

Ele pede ainda que os fiéis não se deixem influenciar por uma ideologia pacifista e um complexo de culpa. No seu site, Paulo Ricardo diz que o seu trabalho intelectual foi “profundamente influenciado” por Olavo de Carvalho, uma das referências intelectuais que apoia o governo Bolsonaro.

Uma reportagem do Jornal O Globo mostra que outros padres também se mostram favoráveis ao armamento, como Edvaldo Betioli, que pertence à congregação dos Palotinos na igreja São João Batista, fez um treinamento de tiros em Atibaia. O padre posou em uma foto segurando uma arma ao lado lado do blogueiro Bernardo Küster, outro defensor das bandeiras da direita e um crítico da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Ao Globo, o padre Almir Roman, pároco da igreja de São João Batista, onde Betioli é um dos padres, reprovou a atitude do religioso por se deixar fotografar no curso de tiros. "Não é bom um padre se exibir em foto com uma arma. Quanto ao curso, também quero fazer. Já houve assaltos na paróquia. A secretária foi ameaçada com uma arma. Da minha sala eu teria uma boa posição para atirar".