'Bolsonaro me usou para se eleger', dispara Olavo de Carvalho

'Guru' disse que não há direita no Brasil: 'Ou é comunista, ou neutro ou bolsonarista'

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  • Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2021 às 08:56

- Atualizado há um ano

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Guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho voltou a atacar Bolsonaro em uma live no YouTube ao lado dos ex-ministros Ricardo Salles e Abraham Weintraub. O ideólogo afirmou que o presidente o usou como "poster boy" para "se promover e se eleger" e que considera que "a briga já está perdida". 

"O Bolsonaro não é obedecido em praticamente nada, nada. Quem manda no Brasil é a turma do STF, da mídia, do show business. Acabou. E o pessoal das Forças Armadas? Assiste a tudo isso. Só acredita em neutralidade ideológica. Ou seja, no Brasil só existem duas possibilidades: ou você é comunista ou você é neutro. Não existe direita. Existe bolsonarismo", iniciou Carvalho, em seu discurso, no canal "Conversa Talk". 

"O Brasil vai se dar muito mal, gente. Não venham com esperanças tolas, porque, é o seguinte, a briga já está perdida. Existem chances de fazer voltar... existe uma chance remota, mas só se o Bolsonaro acordar, mas eu não sei como fazê-lo acordar. Dizem que eu sou o 'guru do Bolsonaro'. Isso é absolutamente falso. Conversei com ele somente quatro vezes na minha vida. E duvido que ele tenha lido um só livro inteiro. Se ele tivesse lido com atenção, teve muita coisa que ele fez e não faria", continuou Olavo de Carvalho

"Então, a minha influência sobre o Bolsonaro é zero. Ele me usou como 'poster boy'. Me usou para se promover, para se eleger. E, depois disso, não só esqueceu tudo o que dizia como até os meus amigos que estavam no governo, ele tirou", acrescentou.

"Poster boy", em inglês, significa garoto propaganda, na tradução livre.

Aos 74 anos, Olavo de Carvalho vive já há algum tempo nos Estados Unidos, de onde ministra cursos de Filosofia que são transmitidas por vídeos na internet. O escritor foi o responsável por indicações no governo de Ernesto Araújo, como novo chanceler, e do ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodrigues.