Bolsonaro não aceita condições para encontro com irmão de petista assassinado

Presidente afirmou que não iria acatar condições só para receber irmão de Marcelo Arruda

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  • Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2022 às 10:28

. Crédito: Reprodução / Redes Sociais

Neste domingo (17), o presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou sobre o assassinato de Marcelo Arruda, apoiador do PT assassinado no próprio aniversário por policial bolsonarista.

Ao site Metrópoles, o presidente afirmou não ter elementos para saber se houve motivação política ou não, por não ter tido acesso ao inquérito.

"Não tive acesso ao inquérito. Se alguém chegou lá gritando que aqui é Bolsonaro ou não. Não tenho condições. Não vou reconhecer aquilo que não tenho para ter uma entrevista com ele. Lamento a morte, não interessa se chegou gritando que é Bolsonaro, ou Lula. Se tinham rixa antes. Não interessa", declarou.

O chefe do executivo se refere ao discurso de Luiz Donizete, irmão de Marcelo. Em sua fala, Luiz defendeu que irmão teria sido vítima de um crime político.

"Eu quero que ele faça um pronunciamento pregando a paz, e reconhecendo que meu irmão foi vítima naquela situação", pediu.

Ele foi o irmão que conversou com Bolsonaro por chamada de vídeo e que foi convidado para uma coletiva de imprensa com o presidente.

Porém, Bolsonaro não se mostra disposto a aceitar suas condições para tal encontro.

FAMÍLIA DE MARCELO ARRUDA PROMOVEU ATO PÚBLICO PELA PAZ Neste domingo (17), durante ato público em Foz do Iguaçu (PR), o irmão de Marcelo Arruda, petista assassinado pelo policial bolsonarista José Guaranho, reforçou que crime foi "ato político".

Familiares e amigos da vítima se reuniram num ato pela paz, em homenagem a Marcelo, morto no próprio aniversário. A Polícia Civil desconsiderou a hipótese de crime político, mas a tese foi contestada pelos familiares que participavam do ato.

Luiz Donizete, irmão de Marcelo, condenou o crime em seu discurso.

"Aquele camarada chegou lá e só teve aquela reação maldita porque viu um movimento diferente do dele. E qual é o problema de o Marcelo ter um movimento diferente de qualquer outra pessoa?", disse.

Por fim, Luiz defendeu: "independentemente de lado A ou B, [temos que] condenar todo e qualquer ato de violência, seja ele de qual lado for. Isso a gente não pode abrir mão. Não é proibido você ter uma opção política, o que é proibido, é inaceitável é a agressão do ser humano ao ser humano, como meu irmão recebeu naquele momento. Isso tem que ser condenado".