Bombeiro que matou esposa dentro de escola é condenado a 15 anos de prisão

Crime de feminicídio ocorreu em 2016, no bairro de Castelo Branco

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  • Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2019 às 17:12

- Atualizado há um ano

. Crédito: Acervo pessoal

O major do Corpo de Bombeiros Valdiógenes Almeida da Cruz Júnior foi condenado a 15 anos, um mês e 15 dias de prisão pelo assassinato da sua companheira, a professora Sandra Denise Costa Alfonso, 40, dentro de uma escola no bairro de Castelo Branco. O crime aconteceu no dia 13 de maio de 2016.

Valdiógenes foi submetido a júri popular nesta terça-feira (17), que considerou o major culpado por feminicídio cometido por motivo torpe e sem possibilitar defesa da vítima. A sentença foi proferida pela juíza Gelsi Maria Almeida de Souza, que manteve a prisão preventiva do condenado.

Segundo a denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), oferecida em 2016 pela promotora de Justiça Ana Rita Cerqueira, o major deu seis tiros em Sandra Denise na manhã do dia 13 de maio de 2016, dentro da Escola Municipal Esperança de Viver, onde ela trabalhava. Preso em flagrante, o marido da vítima alegou como “justificativa” que era traído pela esposa. Foto: Evandro Veiga/CORREIO O crime Valdiógenes Almeida Cruz Junior se entregou à polícia três dias depois do crime, no dia 16 de maio de 2016, e chorou durante o depoimento. Sandra foi assassinada no seu local de trabalho, a Escola Municipal Esperança de Viver. Um dia depois de prestar depoimento ele foi exonerado do cargo de major dos Bombeiros.

Segundo testemunhas, Valdiógenes levou a esposa ao trabalho pela manhã e retornou pouco antes do almoço. Como era conhecido pelos funcionários da escola, entrou normalmente no prédio, onde encontrou Sandra em um dos corredores, a abraçou e levou para uma sala de aula que estava vazia. Lá, matou a esposa a tiros e fugiu pulando o muro da escola.

À época do crime, os dois eram casados há 21 anos e tinham uma filha de 14. Em 2016, defesa de Valdiógenes afirmou que foram mensagens no aplicativo WhatsApp que motivaram o crime. Ele teria usado um aplicativo espião e encontrado uma troca de mensagens da esposa com um homem desconhecido.

O corpo de Sandra Denise foi velado no Cemitério do Campo Santo, em Salvador, e sepultado no dia 16 de maio, na cidade de Bragança, no estado do Pará, onde o pai da professora nasceu. A cidade fica a 210 quilômetros de Belém, onde Sandra Denise nasceu e morou até se casar com Valdiógenes e mudar-se para Salvador.