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Senhas já acabaram; consumidores estão ficando até cinco horas na fila
Nilson Marinho
Publicado em 8 de junho de 2018 às 12:36
- Atualizado há um ano
Uma fila se forma em frente ao Terminal Pesqueiro localizado no final de linha do bairro da Ribeira. A grande quantidade de pessoas que se aglomera do lado fora do terminal veio em busca do camarão cinza vendido a 25% mais barato do que a média do mercado. O quilo do crustáceo está sendo vendido a R$18 o quilo.
Desde às 9h foram distribuídas 600 senhas. Cerca de 400 pessoas já comparam o camarão e outras 200 aguardam do lado de dentro do Terminal para serem atendidas, por volta do meio-dia desta sexta-feira (8). Não há garantia, no entanto, segundo a assessoria da Bahia Pesca, que promove a ação de venda, que aqueles que aguardam do lado de fora sejam atendidos. Na verdade, para muita gente a espera foi em vão. As senhas acabaram por volta das 12h30. Consumidores ficaram na fila cerca de cinco horas para conseguir comprar o crustáceo.
Está havendo limitação de compra de 10 quilos por pessoa Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO A iniciativa faz parte de um projeto multidisciplinar do Curso Técnico de Aquicultura que a Bahia Pesca, em parceria com a Secretaria de Educação, realiza em Santo Amaro, Recôncavo baiano.
Foi de lá que um caminhão chegou nas primeiras horas da manhã com duas toneladas de camarão. O veículo precisou fazer um outra viagem para trazer mais um tonelada. Eliane deixou a filha na escola e foi pra fila junto com Aiana; elas souberam da venda pelo Jornal da Manhã da TV Bahia Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO Aiana Neves, 50 anos, deixava o plantão no hospital que trabalha nas primeiras horas da manhã. Viu, em uma reportagem de televisão, que ali bem próximo o quilo do camarão estava mais em conta. Mesmo cansada do trabalho entrou na fila às 8h. Às 11h ainda aguardava ser atendida.
"Vou comprar nove quilos e deixar estocado na geladeira para ir comendo aos poucos. Cheguei aqui mas já estou arrependida, não sabia que a fila estaria grande", reclama.
A dona de casa Eliene Jesus, 45, deixou a filha na escola por volta das 7h e, às 8h, entrou na fila. Ela também esperava, ao lado de Aiana ser chamada. "Deixei minha filha e pedi pra outra pessoa buscá-la na escola. Não vai dar tempo de fazer o almoço, mas teria o camarão para amanhã", diz a dona de casa.
Tem gente que vem de longe. A baiana de acarajé Edna Florêncio, 60, veio do bairro do Vale dos Lagos até à Ribeira de ônibus com um balde para ajudar no transporte do crustáceo para casa.
"Vale a pena. O quilo tá bem mais caro e onde eu moro não encontramos", diz a baiana. O camarão cinza será para consumo próprio já que o vendido com o acarajé é o fresco.
O aposentado Orlando Silva, 68, veio de carro do bairro de Amaralina. "Estou levando seis quilos para comer acompanhado de uma cervejinha", brinca Orlando.
*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier