Camisas 10, Mbappé e Modric são candidatos a craque da Copa

Francês e croata são principais jogadores de suas seleções

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  • Bruno Queiroz

Publicado em 13 de julho de 2018 às 20:21

- Atualizado há um ano

. Crédito: AFP

A camisa 10 ainda é a mais representativa do futebol mundial. Costuma ser sinônimo de craque. Foi-se o tempo, no entanto, em que era usada apenas por meias clássicos, jogadores com grande visão de jogo, sem tanta velocidade, mas com passe e chute apurados. Apenas para ilustrar, os  dois maiores atletas de todos os tempos, Pelé e Maradona, vestiam tal número nas seleções Brasileira e Argentina. 

França e Croácia, que decidem a Copa do Mundo neste domingo (14), às 12h, em Moscou, têm em seus camisas 10, cada um ao seu estilo, a capacidade de definir uma partida e até mesmo uma competição. Tem sido assim até então na Rússia. 

Aos 19 anos, Mbappé foi capaz de fazer dois gols e sofrer um pênalti contra a Argentina de Lionel Messi, nas oitavas de final, sendo decisivo na vitória por 4x3 e consequentemente na classificação francesa às quartas. Ele se tornou o jogador mais jovem a marcar duas vezes na fase de mata-mata desde Pelé, que fez dois aos 17 anos na Copa do Mundo de 1958. 

É somente a sua primeira Copa e o atacante do PSG já balançou a rede três vezes, duas com o pé direito e outra com o esquerdo, além de ter encantado o público com suas arrancadas e dribles. Um detalhe curioso é que ele pediu para usar o número 10, o que mostra um pouco da sua personalidade.    Modric, capitão da Croácia, ajudou a levar seu país pela primeira vez a uma decisão de Mundial, superando potências como a Inglaterra e a própria Argentina ainda na fase de grupos. Ao todo, marcou duas vezes no torneio e deu uma assistência para gol. 

O que mais impressiona no meia do Real Madrid é a sua versatilidade. Desarma e cria com a mesma facilidade. Deu 443 passes e recuperou a bola 30 vezes. Além disso, é o jogador com mais quilômetros percorridos em toda a Copa, com 63, e aquele que tem mais minutos jogados, 604. 

Modric participou dos seis jogos da Croácia na competição e foi substituído em apenas dois. Um deles na terceira prorrogação que disputou, diante da Inglaterra, na semifinal. Tudo isso aos 32 anos. Só pra fazer um breve comparativo, Modric percorreu 20 km a mais que Mbappé, 13 anos mais novo. A marca do francês é de 43,2 km e 444 minutos em campo, 160 a menos do que o croata.     Vale lembrar que Modric é tricampeão da Liga dos Campeões pelo Real Madrid, e se apresentou depois do restante do grupo para a Copa na Rússia por ter disputado mais uma final na atual temporada. O excesso de jogos não comprometeu o seu rendimento. 

Reconhecimento 

Os companheiros de seleção, é claro, se derretem ao falar das habilidades de cada um. Inevitavelmente, Mbappé e Modric são os mais fortes candidatos a serem escolhidos como melhor jogador da Copa. O volante Rakitic já anda fazendo lobby para o amigo levar o prêmio.   “O jogador do torneio tem que ser um croata, com certeza. E nosso capitão mais do que merece. Estou certo de que as pessoas da Fifa estão atentas a isso. Eu acho que também haverá croatas no time ideal da Copa. Mas nenhum de nós está pensando nisso. Nós queremos ganhar no domingo. O resto será consequência”, afirmou o jogador do Barcelona que hoje é parceiro, mas costuma enfrentar Modric no clássico espanhol, contra o Real Madrid.

Outro jogador importante da final, o meia Pogba também foi só elogios a Mbappé e garantiu que já não se surpreende com as coisas que o garoto faz em campo. “Ele não me impressiona mais. Eu o vejo todos os dias. Ele é jovem e ainda vai crescer. Não sejam duros com ele, mesmo que eu saiba que vocês serão. Ele é o jovem mais talentoso que a França tem. Ele vai crescer, vai ganhar experiência. Hoje, tem função de defender também. E quando tem a bola, ele é Kylian, encontra as soluções ofensivas, dribla, chuta. Defender não o impedirá de produzir ofensivamente”, analisou o jogador do Manchester United.

Além da eleição do melhor jogador da Copa, ainda haverá, em setembro, a de melhor jogador do Mundo. Esses títulos individuais não estão diretamente ligados e somente uma vez um atleta venceu os dois na mesma temporada. Foi Romário, em 1994. O baixinho atuava pelo Barcelona na época, foi campeão do Mundial com a Seleção, melhor jogador da Copa e melhor do mundo.