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Campanha do Afro Fashion Day aposta na versatilidade das cores fortes e vibrantes


 

  • Da Redação

Publicado em 21/11/2018 às 05:00:00
Atualizado em 19/04/2023 às 04:16:06
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Os contrastes de oito cores (vermelho, azul, amarelo, laranja, verde, rosa, roxo e branco) com os casarões da Salvador antiga dão o tom da campanha do Afro Fashion Day 2018, projeto do CORREIO que celebra o mês da Consciência Negra e vai acontecer no próximo sábado, 18h, no Museu du Ritmo. O desfile é aberto ao público e gratuito, com inscrição prévia pelo link bit.ly/AfroFashionDay2018. 

“Não dá para pensar moda afro sem pensar cor. Daí o tema do evento deste ano ser Cores. Na gravação, quando a roupa não era colorida, os acessórios faziam esse papel, contrastando comaarquitetura do Centro da cidade”, contaoprodutor de moda Fagner Bispo, que integra a equipe do AFD desde a1ª edição. As peças usadas foram das marcas Jeferson Ribeiro, Negrif, Sou Diva - Tá Bom pra Você?, que fazem parte das 48 marcas selecionadas para compor os 63 looks do desfile do dia 24 de novembro, que vai acontecer, às 18h, no Museu du Ritmo.

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Quem assiste aos 59 segundos de vídeo (bit.ly/campanhaAFD2018) possivelmente não imagina que foram dez horas de gravação em dois dias de produção com cerca de 20 pessoas envolvidas. A equipe foi formada pelo Departamento de Marketing do CORREIO com produção de moda de Fagner Bispo, trilha sonora do DJ Telefunksoul e beleza do maquiador Dino Neto, que produziram os convidados Monalisa Brandão, Ubiratan Santos, Huanna Maria e Daniel Reis. A campanha foi fotografada por Thiago Borba e filmada pela Califórnia Media House. Modelos retratam conexões diaspóricas através da moda. Fotos: Thiago Borba/Divulgação Borba trabalhou as imagens de forma que não ficassem muito marcadas como algo de Salvador. “Eu me preocupei muito que não fosse uma campanha regionalista. É um assunto da Bahia, mas que poderia estar em qualquer lugar do mundo”, ressalta ele. Ancestralidade transparece nos registros. Fotos: Thiago Borba/Divulgação “Escolhemos pessoas retintas porque precisamos ter esse compromisso”, reflete Borba. Para ele,éimportante abordar a discussão de colorismo, conceito usado para chamar atenção do aumento da discriminação ligado a uma maior quantidade de melanina na pele e características como nariz largo, lábios grossos e cabelos mais crespos. “É importante dar esse protagonismoaquem carrega todos esses signos”, complementa o idealizador do projeto Black is Beautiful, que possui técnicas fotográficas específicas para clicar negros. “Em minha pesquisa, coleciono personagens à espera de uma oportunidade. Quando foram dadas as primeiras instruções, pensei logo nesses quatro. Todos carregam ancestralidade no olhar, sorriso e presença”. Tons fortes marcam o Afro 2018. Fotos: Thiago Borba/Divulgação A maquiagem ficou por conta de Dino Neto, maquiador da TV Bahia há nove anos. “Não pintamos muito os olhos. Usamos mais delineador e rímel. Foi olho livre, pouco blush e boca marcante, com vermelho, azul e pink. Por exemplo, teve uma menina toda de vermelho comaboca azul. Usamos contrapontos”, revela. Modelos retintos foram prioridade. Fotos: Thiago Borba/Divulgação O maquiador oficial do Afro Fashion Day desde 2015 conta ainda que os modelos usaram óleo na pele para dar brilhoevalorizar mais os registros fotográficos. Ele é conhecido também pelo seu trabalho como drag queen Sfat Auerman, integrou a equipe da Cast Model durante 11 anos e foi um dos preparadores da baianaetop internacional Adriana Lima. Ruas do Centro Histórico foram cenário. Fotos: Thiago Borba/Divulgação Para Daniel Reis, 18, único da campanha que vai desfilar na passarela, agenciado pela One Models Bahiaeauxiliar de gesseiro (pessoa que instala gesso), o trabalho foi importante para conhecer mais da área de produção de vídeo. “Foi uma surpresa muito boa porque fui chamado para o casting da passarela do Afro pela primeira vez e também para gravar o VT. Fiquei me sentindo o cara com as cores e com o pente no cabelo”. O modelo não-agenciado Ubiratan Jesus dos Santos, 26, também curtiu participar da campanha. “Experiência muito produtiva. Negroévidaeas cores dão vida. Uma combinação magnífica. Eu me divirto usando cores no dia a dia”, conta o morador de Itapuã. Maquiagem contrasta com acessórios. Fotos: Thiago Borba/Divulgação   As duas moças são Monalisa Brandão, 22, e Huanna Maria, 17.Aprimeira é estudante de Psicologia. A segunda é bailarina e comparou a participação na campanhaauma vitória: “Uma conquista atingida para a missão que me foi dada, de fazer parte da corrente de inclusão do povo negro em todos os lugares de destaque possíveis”. A jovem se expressa por poemas e rap. “Sempre tive ligações com o movimento hip hop. Há 5 anos decidi escreverefazer alguns feats musicais com amigos”, conta. As modelos Monalisa Brandão e Huanna Mari. Fotos: Thiago Borba/Divulgação Este ano, 63 looks apresentam 48 marcas baianas para o grande público. São elas: Adriana Meira; Aládio Marques; Abanto; Ateliê 2; Ateliê Casa Linda; Black Atitude; Boutique Negralá; By Aninha Acessórios; Candida Specht; Carol Barreto; Closet Clothing; Com Amor, Dora; Costa Ribeiro; Crioula; Cynd Biquínis; Erika Rigaud; Euzaria; Fagner Bispo; Goya Lopes; Incid; Ismael Soudam; Jeferson Ribeiro; João Damapejú; Jorge Nascimento; T Camisetaria; Katuka Africanidades; Kelba Varjão Deluxe; La Abuela; Lú Samarato; Madame Nalwango; Maria Coruja Ateliê; Meninos Rei; Mônica Anjos; NBlack; Negrif; Sungas Oliver; Orig; Outerelas; Porto de Biquíni; Preta Brasil; Rey Vilas Boas; Silverino; Sonbrille; Sou Diva - tábompravocê?; Soul Dila; Tempt; Turbanque e Ziê. 

O Afro Fashion Dayérealizado pelo CORREIO com apoio institucional da Prefeitura de Salvador e apoio do Salvador Shopping, Sebrae e Vizzano. Este ano, o desfile coletivo vai acontecer no dia 24 de novembro, sábado, às 18h, com entrada franca, no Museu du Ritmo (Comércio).  *Colaborou para o CORREIO