Campeão em 88, Zé Carlos lança projeto para pessoas com deficiência
Iniciativa prevê aulas de atletismo, futebol e outros esportes adaptados
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Da Redação
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Dono da camisa 10 que colocou o Bahia pela última vez no topo do futebol nacional, Zé Carlos anunciou a criação de um projeto social para inclusão de pessoas com deficiência através do esporte. A iniciativa foi batizada com nome e sobrenome: Projeto Transtorno do Espectro Autista - Movimento Organizado 21, mas tem um apelido mais singelo: T.E.A.MO21, e será lançado sábado (21), na data que marca o Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência.
O lançamento do projeto Te Amo 21 será realizado no estádio de Pituaçu, em evento aberto ao público, das 9h às 12h.
Segundo Zé Carlos, o projeto, em parceria com a Federação Baiana de Desportos de Participação, vai atender pessoas com autismo, síndrome de down e deficiências intelectuais, independentemente da idade. Na prática, os alunos terão contato com a temática da pessoa com deficiência e poderão optar por fazer futebol, atletismo e, posteriormente, outras modalidades esportivas com o auxílio de clínicas de esporte adaptado.
Segundo a psicopedagoga Márcia Andrade, o esporte é uma ferramenta inclusiva e importante no estímulo do desenvolvimento motor e cognitivo, além de proporcionar experiências emocionais, lúdicas e sociais. Portanto, a prática esportiva é importantante para "o autoconhecimento, autoconfiança e autoestima criando o sentimento de conquista dentro de suas limitações”.
Nascido no bairro da Baixa de Quintas, na periferia de Salvador, Zé Carlos tem o objetivo de usar a sua própria história como um fator de motivação para os futuros alunos.
De fato, antes de se firmar no Bahia, o ex-meia campeão brasileiro de 1988 sofreu com o baixo peso e, consequentemente, a pouca força física para jogar futebol. Por causa disso, ele acabou ingressando de forma tardia no esporte: só aos 18 anos entrou na divisão de base do tricolor, fato que conseguiu depois de ser selecionado em uma peneira feita pelo clube.
Aos 23 anos, Zé Carlos tinha 1,78m e apenas 63kg - perto de ficar abaixo do limite considerado como normal nos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS). Foi preciso batalhar para ganhar peso e ter força para escapar dos marcadores.“Queremos dar oportunidade para que essas pessoas superem seus próprios limites através do esporte e mostrem seus potenciais, proporcionando uma melhor qualidade de vida", aponta Zé Carlos.