Candidatos ao Palácio de Ondina criticam atual governo

Seis aspirantes a governador debateram ao vivo na TVE

Os seis candidatos ao governo do estado com melhor pontuação nas pesquisas eleitorais participaram na noite desta quinta-feira, 20, de um debate promovido pela TVE e Rádio Educadora. Zé Ronaldo (DEM), João Santana (MDB), João Henrique (PRTB), Célia Sacramento (Rede), Rui Costa (PT) e Marcos Mendes (PSOL) responderam perguntas feitas por jornalistas das duas emissoras, por cidadãos e representantes de diversas instituições e setores sociais e também questionaram uns aos outros sobre seus programas de governo e temas estratégicos para a Bahia. 

O debate aconteceu ao vivo, a partir das 21h, e foi moderado pela apresentadora do programa TVE Revista, Rita Batista. Teve, ao todo, cinco blocos, sendo o último para as considerações finais dos candidatos.  O encontro teve um tom moderado e sem grandes polêmicas. 

Os candidatos, em sua maioria, utilizaram o tempo das respostas, réplicas e tréplicas para expor seus planos caso sejam eleitos e também para promover as candidaturas dos aspirantes ao Palácio do Planalto de seus respectivos  partidos. 

Os seis aspirantes ao Palácio de Ondina responderam questionamentos basicamente sobre quatro grandes temas: segurança pública, incluindo a questão da falta de estrutura das polícias e o fato de jovens negros e das periferias serem os que mais são mortos ou estão nos presídios;  saúde, principalmente com relação às filas no Sistema de Regulação de Leitos para os hospitais públicos estaduais; educação e geração de emprego e renda.

O tom das críticas subiu mais quando o atual governador e candidato à reeleição Rui Costa respondia questões sobre educação. Os outros candidatos, principalmente João Santana e Zé Ronaldo, questionaram sobre a falta de reajuste do salário dos professores do estado e o fechamento de escolas na capital e interior no primeiro mandato do petista. O governador, por sua vez, respondeu às críticas culpando os cortes de verba do governo federal. Sobre o salário do funcionalismo, ele chegou a afirmar que devido aos cortes de orçamento, precisou escolher se pagava os salários do funcionalismo em dia ou se concedia reajustes.

Os demais candidatos também criticaram a falta de investimentos nas universidades estaduais, acusando o governo petista de ter sucateado as instituições. 

Na área da saúde e nos programas para incentivar a empregabilidade dos jovens, o atual governador voltou a ser criticado por João Santana, que acusou Rui Costa de gastar um orçamento maior com publicidade do que com projetos para o estado.

O presidente Michel Temer também foi bastante criticado por candidatos como Marcos Mendes e por Célia Sacramento, que afirmou não ter votado no emedebista. As críticas foram mais enfáticas principalmente com relação à aprovação da reforma trabalhista que, de acordo com Mendes, retirou direitos dos trabalhadores.

O  aspirante ao governo  estadual do  PSOL  tentou ainda polemizar com João Henrique, ao comentar sobre alguns dos posicionamentos polêmicos do candidato à Presidência Jair Bolsonaro sobre políticas para as mulheres e, inclusive, citou a frase de Bolsonaro para a deputada Maria do Rosário, quando o então deputado teria dito que não a estupraria “por ela não merecer”.

João Henrique, por sua vez, respondeu dizendo que pretende fortalecer a participação feminina no governo estadual, caso seja eleito, baseando as escolhas em competência técnica. Segundo ele, a ideia é chamar mulheres que militem pelas causas de interesse feminino para a administração.

Nas considerações finais, os candidatos aproveitaram para enfatizar os números de seus candidatos a presidente e citar os aspirantes de seus partidos ao Senado, Câmara Federal e Câmara Estadual.

Entre os representantes da sociedade civil que fizeram perguntas aos aspirantes ao Palácio de Ondina, estavam a cantora Daniela Mercury, a jornalista e influenciadora digital Maira Azevedo (Tia Má), o pugilista Robson Conceição, o presidente da Federação do Comércio Carlos Andrade, Vovô, presidente do bloco afro Ilê Aiyê, e a diretora da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), Marilda Gonçalves.