Cantor paraense, Felipe Cordeiro lança seu segundo álbum

O disco tem parcerias com Arnaldo Antunes e a cantora Luê

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  • Roberto Midlej

Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 17:05

- Atualizado há um ano

Desde que Gaby Amarantos emplacou a canção Ex Mai Love na abertura da novela Cheias de Charme, a música pop paraense ganhou mais atenção do resto do país. Treme, o primeiro álbum de Gaby, foi escolhido um dos dez melhores de 2012 pela revista Rolling Stone.

Outro artista do Pará que causou ótimas impressões em seu disco de estreia, Kitsch Pop Cult (2011), foi Felipe Cordeiro. Afinal, o que levava um cantor de 27 anos, formado em Filosofia, com sólida formação cultural, a cantar música popular com identidade brega?

Passados pouco mais de dois anos do lançamento, talvez a pergunta ainda não tenha resposta, mas a certeza é que Felipe agradou muito e está de volta em Se Apaixone Pela Loucura do Seu Amor (YB Music), seu segundo álbum, premiado no Natura Musical."Tem pegada de banda tropical, as canções são passionais, com letras diretas", disse o artista sobre o seu novo álbumem Kitsch Pop Cult, o eletrônico predominava, desta vez ele vem casado com um som mais orgânico, como diz o próprio cantor e compositor, que classifica o álbum como um “pop tropical”.As mudanças têm, por trás, dois nomes: Kassin e Carlos Eduardo Miranda, escolhidos por Felipe para a produção do álbum. “Eles se interessaram por música do Pará há muito tempo. Além disso, são fundamentais no pop brasileiro. Souberam se apropriar das minhas ideias naturalmente”, diz o cantor. Vale ressaltar que Miranda produziu Treme, de Gaby Amarantos.

Mas quem quiser dançar coladinho ao som de Felipe pode ficar tranquilo. O cantor continua com elementos do brega paraense e suas letras românticas vão embalar muitos casais por aí. Marcianita, única faixa que não é composta por Felipe, é um bom exemplo disso.

Já gravada por Caetano Veloso, Gal Costa e Sérgio Murilo, a canção ganha elementos que unem psicodelismo e cúmbia: “Eu tocava nos shows, acho a letra maravilhosa e tem tudo a ver com o disco. Ficou com uma pegada de cúmbia, reggae e guitarrada”. E, como Felipe faz questão de manter as referências ao Pará, a guitarrada - gênero típico do estado - está presente em canções como Tarja Preta, candidata a hit, que Felipe compôs com o pai, Manoel Cordeiro, Arnaldo Antunes, Betão Aguiar e a conterrânea Luê, também apontada como um dos talentos da atual geração da música paraense.

“Essa geração ao qual eu pertenço, além de ter um contexto favorável, sobretudo pela vontade do Brasil buscar outros eixos de identidades culturais a partir dos anos 90 (o mangue beat de Recife foi um marco), teve também um contexto político favorável”, aponta o cantor. roberto midlej