Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2018 às 19:39
- Atualizado há um ano
A primeira vez que depositei um cheque virtualmente, pelo celular, sentado confortavelmente no sofá de casa, e o crédito foi feito na minha conta, mesmo ciente da segurança da transação eletrônica, a sensação de um mundo novo foi inacreditavelmente assustadora. Cheques estão em desuso, não lembro a última vez em que emiti um.
Falar é o que menos fazemos ao telefone. Parece que smartphones foram incorporados à cabeça, tronco e membros como parte indissociável do corpo humano. Paula Bellizia, presidente da Microsoft do Brasil, em recente entrevista à Veja, disse que “cerca de 70% das crianças trabalharão em profissões que ainda não existem”. Se nada será como antes então temos que nos preparar para essas grandes transformações que mexem com nossas vidas e carreiras.
Projeções realizadas por agências da ONU indicam que em vinte anos, 47% dos empregos atuais desaparecerão. Que novas qualificações serão necessárias? Como ficarão aqueles que não conseguirem essas mesmas qualificações para inserção em empregos? A automação e a robotização geram riscos de extinção dos atuais empregos?
Temos que nos familiarizar com novos termos daqui para a frente: enquanto a inteligência artificial aprende continuamente com o usuário, incluindo novos colaboradores, e a realidade virtual e aumentada projeta imagens em tempo real, incluindo objetos, emoções e sensações que não estão fisicamente ali; a Big Data disponibiliza informações articuladas em rede nos bancos de dados das nuvens.
A única grande constante da história é que tudo muda, mas tememos mudanças com receio do desconhecido. Em “Homo Deus – Uma breve história do amanhã”, Yuval Noah Harari nos mostra como “as carreiras serão muito mais longas e será preciso se reinventar de novo, mesmo aos noventa anos. O desfio é grande, podemos saber como a economia funcionou no passado, porém, não conseguimos mais entender claramente como está funcionando no presente e muito menos no futuro.
A sigla VICA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo) é a face do novo mundo. Ficar atento a mudanças, adaptando-nos a elas, como ensinava Darwin, sempre foi e será uma forma de sobrevivência. Algumas habilidades e competências são necessárias mais que nunca. Investir no autoconhecimento e saber quais são os seus talentos (aquilo que você faz e os outros acham que você faz melhor do que outros); focar no seu propósito, aquele que você persegue; e não se identificar com o produto, mas com os benefícios que ele gera, são convites da VICA.
Quem sou eu? Em meio a tanta tecnologia e transformações temos que responder constantemente a essa pergunta, atual e necessária. Na busca de novas carreiras no mundo em transformação ter que desaprender para reaprender é humano, afinal, como afirma Drummond de Andrade, “ninguém é igual a ninguém, todo ser humano é um estranho ímpar” - e todos interdependentes.
* É consultor em carreiras www.antonioamorim.com.br e autor de Fora do Aquário, Da era do emprego(aquário) à era do trabalho(oceano)