Casagrande se revolta com contratação de Robinho: 'Não aceito e não vou me calar'

Jogador foi condenado por estupro em 1ª instância

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  • Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2020 às 18:14

- Atualizado há um ano

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Durante o Globo Esporte desta sexta-feira (16), o comentarista Walter Casagrande Jr. criticou a contratação do atacante Robinho pelo Santos. O ex-jogador disse que os valores da sociedade brasileira estão se invertendo e que não vai aceitar que um atleta condenado em primeira instância por violência sexual defenda um clube.

"Eu não aceito, eu não vou me calar. Eu sou uma voz, eu sou inquieto e não vou me calar perante esse tipo de coisa. Não estou preocupado com consequências de nada do que eu falo, estou falando fatos. Eu não estou inventando e nem atacando ninguém", disse ele.

O Globoesporte.com desta sexta revelou detalhes das investigações que acontecem contra Robinho na Itália. Em novembro de 2017, o Tribunal de Milão condenou o agora jogador do Santos e um amigo, Ricardo Falco, a nove anos de prisão por violência sexual de grupo contra uma mulher, num caso ocorrido em 2013.

"Estou assustado com a sociedade brasileira, não é um apedrejamento do Robinho. É um apedrejamento da moral da sociedade brasileira, não se pode inverter os valores. O Robinho está condenado com nove anos de prisão por violência sexual na Itália. Recorreu, mas nesse momento ele é condenado", analisou Casagrande.

Os advogados de Robinho e do amigo apresentaram recurso e tentam reverter a decisão. Durante a investigação, interceptações telefônicas e escutas no carro do atleta foram cruciais para o veredito contrário ao jogador.

Em uma das conversas reveladas pelo Globo Esporte, Robinho admitiu que tentou transar com a mulher. Um amigo, então, disse que viu o novo contratado do Santos fazendo sexo oral com a jovem. "Isso não significa transar", rebateu o jogador.

"Eu fico assustado com o que acontece no Brasil. O Brasil solta traficante, o vice-líder do governo é preso com dinheiro na cueca, a Carol Solberg, por se manifestar politicamente, a CBV [Confederação Brasileira de Voleibol] faz censura, e o Santos contrata um jogador que é condenado por estupro", resumiu Casagrande.

"Acho que a sociedade tem que parar de aceitar sacanagem como qualquer coisa normal. Eu não aceito, me posiciono e não estou preocupado. Eu sou um dos muitos com voz de resistência, e a minha voz de resistência não vai se calar perante um absurdo desse", finalizou o comentarista.