Caso Márcio Pérez: corpo de empresário é enterrado sob comoção na Espanha

Empresário foi enterrado em Ponte Caldelas, cidade em que nasceu

Publicado em 25 de setembro de 2018 às 21:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Emilio Moldes/La Voz da Galicia

O corpo do empresário Márcio Pérez Santana, 41 anos, foi enterrado na tarde desta terça-feira (25), em Ponte Caldelas, província de Pontrvedra, na Espanha, onde Márcio nasceu - e onde moravam os pais da vítima. Ele foi morto com um tiro na nuca, após abordagem policial no bairro de Armação, na noite de quarta-feira (19). Conforme o jornal espanhol Faro de Vigo, a cerimônia fúnebre foi marca pelo silêncio, "fruto da comoção de sua morte causada pelos disparos da polícia brasileira".

Presentes no sepultamento, familiares e amigos do empresário, além do prefeiro de Ponde Caldelas, Andrés Díaz, permaneceram em silêncio. O corpo de Mário já havia sido velado em uma das capelas do Hospital Espanhol, na capital baiana. Cônsul da Espanha, Gonzalo Fournier esteve na ocasião.

Nesta terça-feira, o promotor designado a acompanhar o caso, Davi Gallo, afirmou que a ação policial foi uma execução. Gallo informou ao CORREIO que aguarda o envio do depoimento dos policiais feito no Corregedoria da Polícia Militar, instituição que está à frente das investigações, mas já adiantou que as circunstâncias são fortes de uma execução. Márcio Pérez foi morto com um tiro na nuca (Foto: Reprodução) Morte De acordo com testemunhas, Márcio foi baleado próximo da porta de casa, pouco depois das 22h. Ele manobrava o carro para estacionar, quando foi surpreendido por uma viatura da 58ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Cosme de Farias) que estava com os faróis e giroflex desligados. 

"Eles chegaram armados dizendo: 'Desce, desce'. Mas acho que Márcio não viu que eles eram policiais e tentou escapar e os caras começaram atirar e um tiro atingiu a nuca dele", disse uma mulher, amiga da vítima.

Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que determinou, na tarde desta quinta-feira (20), que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apure em conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar a morte de Márcio. 

"Vamos investigar com celeridade e esclarecer como o fato ocorreu", afirmou, na nota, o secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa.Registro A TV Bahia e o CORREIO tiveram acesso ao registro feito pelos militares após o assassinato, onde eles explicam o que aconteceu naquela noite. Segundo o registro, os PMs foram abordados por pessoas próximo ao antigo Centro de Convenções, por volta das 23h. Elas contaram que homens em um carro branco, modelo Fiat Palio, estavam realizando assaltos na região. Os policiais teriam identificado um veículo suspeito alguns metros à frente e ligaram a sirene da viatura, pedindo que o motorista parasse.

Ainda segundo o relato dos militares, quando os homens no veículo perceberam a presença dos policiais atiraram contra a viatura e tentaram fugir, o que deu início a uma perseguição com tiroteio. Os policiais contaram que o carro de Márcio surgiu no meio da confusão, em alta velocidade e colidiu no canteiro central.  O caso foi registrado na 9ª Delegacia (Boca do Rio).