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De acordo com a Sesab, Feira de Santana encabeça a lista, seguida por Salvador
Tailane Muniz
Publicado em 25 de janeiro de 2019 às 05:30
- Atualizado há um ano
Especialistas ouvidos pelo CORREIO elencam alguns motivos possíveis para o crescimento no número de casos de dengue no estado nos primeiros 18 dias de 2019. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), foram registrados 400 casos contra 204 no mesmo período do ano passado - um aumento de 94,1%.
O professor da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) de Salvador, o infectologista Antônio Bandeira comentou que, sempre que há um surto de vírus como zika ou dengue, há, em seguida, um momento de pausa na incidência dos casos, o que aconteceu entre 2015 (surto da zika) e 2018 (menos casos registrados).“As pessoas infectadas acabam desenvolvendo certa imunidade, mas ela não é eterna e vai caindo aos poucos, até, novamente, estar propícia à transmissão”, explicou o infectologista.Esse período, segundo Bandeira, pode ter uma variação de dois a cinco anos - justamente o espaço de tempo em que foi constatada a alta no número de notificações. “É sempre esperada uma caída depois de um surto. Esse é só um dos pontos, porque não há, de fato, como cravar o porquê. Os mosquitos estão aí e são adaptados ao Verão, à temperatura em que nós vivemos”, disse Bandeira.
Segundo a sanitarista da Vigilância Epidemiológica da Sesab, Akemi Chastinet, a circulação do vírus é algo “flutuante”. “Em alguns anos, ele circula com maior intensidade, sim. Tem, ainda, a questão de nascimentos, uma quantidade maior de pessoas, e isso faz aumentar o número de casos, naturalmente”, afirmou Akemi.
Números A Sesab divulgou nessa quinta-feira (24) a lista dos 55 municípios onde foram registrados os 400 casos de dengue (veja abaixo).
Feira de Santana encabeça a lista, segundo a Sesab, com 108 casos registrados em 2019, até o dia 18. Em seguida, está Salvador, com 45 registros, ainda segundo a Sesab.
Já um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) revela um número maior para Salvador, entre os dias 1º e 24 de janeiro: 78 casos. Houve, no entanto, uma diminuição em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 200 casos na capital.
Por meio da assessoria, a SMS acrescentou que a distinção nos dados informados pelas duas secretarias pode ser explicada pelo número de notificações que são feitas e, posteriormente, reavaliadas.
Verão A época do ano é favorável: o Aedes aegypti se prolifera com mais facilidade no Verão e a quantidade de mosquitos aumenta nos ambientes, o que não significa, necessariamente, o aumento da transmissão, já que para que isso ocorra é preciso que o mosquito esteja infectado.
Segundo a sanitarista da Vigilância Epidemiológica da Sesab, Akemi Chastinet, a circulação do vírus é algo "flutuante"."Em alguns anos ele circula com maior intensidade, sim. Geralmente, vamos ter anos de algo próximo ao surto e períodos posteriores de redução. Desde o início da década de 90, temos variáveis de dois a cinco anos, aproximadamente, de períodos epidêmicos", completou. Assim como Bandeira, Akemi pontuou que 2017 e 2018 foram anos considerados "tranquilos" quanto às notificações.
"Esse vírus circulou pouco porque, possivelmente, havia pouca gente suscetível à transmissão. Aí tem, também, a questão de nascimento, uma quantidade maior de pessoas, e isso faz aumentar o número de casos, naturalmente", ponderou.
Para Akemi, há uma possibilidade de que 2019 dê um salto, considerando os dois últimos anos. "Analisando a grande quantidade já registrada, para nós, já está claro que é, sim, um ano que reserva um aumento de transmissão. Por isso, o acompanhamento".
Como a dengue oferece risco de surtos e epidemias, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), da Sesab, divulgou um alerta para os profissionais de saúde dos municípios.
Há um pedido de atenção, também, para as outras arboviroses transmitidas pelo mosquito: a zika e a chikungunya.
Entre as recomendações da Divep estão: alertar os profissionais para suspeição dos sinais e sintomas compatíveis com as arboviroses, além de mobilizar equipes de saúde para medidas de prevenção e controle.
Providências A Sesab informou, ainda, que intensificou as ações contra o Aedes aegypti desde o final de dezembro de 2018, quando foram distribuídos 7.400 kits para serem utilizados pelos agentes de controle de endemias nos 417 municípios. Foram investidos mais de R$ 2,6 milhões no material usado pelos profissionais, composto por itens como pesca-larva, pipetas de vidro, tubos de ensaio e álcool.
O secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, ressaltou que “construir uma estratégia agressiva de combate ao mosquito e controle dos agravos é fruto de um esforço conjunto do poder público, empresas e sociedade em geral, visto que mais de 80% dos focos estão dentro das casas”.
Veja lista de municípios e número de casos, segundo a Sesab: Feira de Santana - 108 Salvador - 45 Macaúbas - 39 Ipupiara - 33 Paramirim - 32 Lençóis - 9 Mucuri - 10 Wagner - 10 Itabuna - 9 Luís Eduardo Magalhães - 9 Sebastião Laranjeiras - 9 Tanquinho - 9 Barreiras - 6 Governador Mangabeira - 5 Correntina - 4 Cristópolis - 4 Dom Basílio - 4 Boquira - 3 Camaçari - 3 Canarana - 3 Juazeiro - 3 Santa Bárbara - 3 Antônio Cardoso - 2 Brumado - 2 Casa Nova - 2 Jequié - 2 Remanso - 2 Riacho de Santana - 2 Santa Cruz Cabrália - 2 Adustina - 1 Barra - 1 Boa Vista do Tupim - 1 Cafarnaum - 1 Campo Alegre de Lourdes - 1 Candeias - 1 Caturama - 1 Conceição do Coité - 1 Curaçá - 1 Guanambi - 1 Ibipitanga - 1 Ibirapuã - 1 Ibirataia - 1 Ilhéus - 1 Itaguaçu da Bahia - 1 Itanhém - 1 Jacaraci - 1 Jacobina - 1 Lauro de Freitas - 1 Livramento de Nossa Senhora - 1 Malhada de Pedras - 1 Palmeiras - 1 Porto Seguro - 1 São Gonçalo dos Campos - 1 Serrinha - 1 Souto Soares - 1