Cerezo chora durante entrevista com filha transexual: 'Medo que vá sofrer'

Além de trabalhar como modelo e estilista, ela também defende a diversidade de gênero

Publicado em 5 de julho de 2017 às 16:36

- Atualizado há um ano

O ex-jogador de futebol, Toninho Cerezo, se emocionou ao falar da filha transexual Leandra Medeiros Cerezo, conhecida como Lea T, durante uma entrevista para o programa Conversa com Bial, da TV Globo. Durante o bate-papo, tanto ele quanto a modelo lembraram do período de transição e revelação para a família.

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"Eu pensava que Lea ia ser gay e pronto. E não entendia o porquê de ela ser mulher. Será que eu tinha feito algo errado? Num primeiro momento, você imagina que sua filha vai sofrer, é a única coisa que passa na cabeça", explicou Toninho Cerezo.

"Eu vi uma reportagem dela em que ela dizia que se olhava no espelho e não se sentia bem, e eu me olho e me sinto super bem. Eu imagino ela se olhando e dando essa declaração. Então, mexeu muito comigo", desabafou o pai da modelo.

CarreiraLea T ficou famosa na Europa depois de se tornar estrela de uma grife francesa. Além de trabalhar como modelo e estilista, ela também defende a diversidade de gênero. "Eu convoquei todo mundo para contar. Eu tinha que achar um emprego e, na época, não tinha emprego para transexual. O que eu escutava das outras meninas é que eu não teria chance, que eu teria que ser prostituta, então fiquei apavorada", revelou Lea T, acrescentando que tinha medo que a família não aceitasse.

"Você pensou com a cabeça só sua, porque a sua família não ia te abandonar nunca", interrompeu o pai da modelo. "O momento que você tem a família do seu lado, tudo fica maravilhoso. Quando você tem um apoio, fica tudo muito mágico", completou a modelo.

Lea contou ainda que não planejava ser modelo e que foi a única oportunidade para trabalhar e conseguir dinheiro. "Eu não queria ser prostituta, então eu vivi essa realidade. É muito forte você saber que corre o risco de ter que vender seu corpo porque a sociedade não te dá o direito de trabalhar, de ser uma pessoa com a dignidade que você quer ter. Não que quem faça isso não tenha, mas eu passei por esse aperto", disse.

TransiçãoLea conta que sentiu necessidade de fazer a cirurgia de adaptação do órgão sexual. "Eu tinha que fazer. Eu tirei um problema de mim", comentou. Ela também se irrita quando é questionada sobre a aceitação. "Odeio essa palavra aceitar porque eu não fiz nada de errado. Não é porque ele me respeita que faz ele ser uma pessoa iluminada, uma pessoa que respeita o amor. É isso que falta em muitos pais. Muitas meninas não têm esse apoio", lamenta. "Eu continuo tentando ser feliz. Eu sou uma pessoa feliz, mas eu luto para ser feliz", completou.

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