Chefão de time europeu proíbe jogadores vacinados: 'Perdem força'

Gigi Becali, presidente do Steaua Bucareste, é conhecido por declarações polêmicas

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  • Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2022 às 20:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Daniel Mihailescu/AFP

O Steaua Bucareste, time da primeira divisão da Romênia, é bastante conhecido na Europa. Mas não exatamente pelo futebol, mas sim por seu presidente, Gigi Becali, que está sempre se envolvendo em polêmicas. A mais recente veio nesta quarta-feira (23): o dirigente proibiu os jogadores da sua equipe de se vacinarem contra a covid-19.

"Você vai rir, mas posso estar certo. Os vacinados perdem força. Isso é algo científico. Você não viu o Cluj contra o Rapid (partida entre dois outros clubes da elite romena)? Os jogadores pareciam que iam desmaiar. Todas as pessoas vacinadas perdem a força", disse Becali ao jornalista local Emanuel Rosu.

A infeliz declaração repercutiu, e forçou as autoridades locais a rapidamente se pronunciaram e rebaterem o mandatário.

Em comunicado em seu perfil oficial, o governo romeno fez questão de garantir que as falas do dirigente são fake news. A nota, emitida pela RoVaccinare, a autoridade sanitária do país, também lembra que a vacina salva vidas e ainda evita a contaminação - o que, sim, pode deixar sequelas.

"Os futebolistas vacinados NÃO perdem forças após serem vacinados contra a covid-19! De um ponto de vista médico e científico, não há estudos que suportem essa afirmação. A vacinação contra a covid-19 não afeta a performance dos jogadores. Por outro lado, há estudos suficientes que mostram que passar pela infecção por covid-19 deixa sequelas a longo prazo e estas podem influenciar o desempenho dos jogadores de futebol", diz o comunicado da RoVaccinare.

Muitas polêmicas Becali é um personagem sempre ligado a polêmicas, sejam elas de caráter xenófobo, racista, homofóbico e machista. 

Em 2006, a comunidade LGBTQI+ romena atribuiu-lhe o 'apelido' de "personalidade mais homofóbica do país". Poucos meses depois, disse que, se um dia fosse eleito para liderar o país, fechava todos os bares e discotecas gays, e criava bairros especiais “para que eles nos deixem em paz”.

Após contratar o atacante António Semedo, em 2008, deu uma declaração racista. "Não gosto de pretos, mas não posso fazer nada, pois ele é um jogador bom demais para o deixarmos com os húngaros".

No fim de 2018, o dirigente disse que é "contra a natureza humana" e "perigoso" para as mulheres jogarem futebol, e que "se demitiria caso fosse forçado a criar um time feminino".

Há dois anos, o presidente do Steaua Bucareste reclamou que o 'excesso de sexo' era culpado por uma baixa performance dos jogadores do time. "Os meus jogadores estão fazendo muito sexo com suas namoradas e, por isso, não têm jogado tão bem. Se o Florinel Coman [jogador da equipe] tivesse descansado... Mas ele andava fazendo outras coisas", afirmou, à época.

Ele também já recusou chamar um psicólogo para a equipe, após a imprensa romena dizer que havia jogadores desmotivados no time. "Contratar um psicólogo? Temos Deus, basta-nos. Para mim, os psicólogos só servem para pessoas que estão realmente doentes. Se queremos motivar os jogadores existe Deus, as orações e a liturgia. Tenho conseguido sobreviver com isso nos últimos anos".

Em 2013, o romeno foi condenado a três anos de prisão por ter ordenado, em 2009, o sequestro de três pessoas que tinham lhe roubado um Mercedes.