Chico Buarque apresenta novo show em Salvador, de quinta (17) a domingo

Turnê Caravanas tem todas as canções do álbum homônimo, além de clássicos nunca apresentados em shows: Sabiá e Retrato em Branco e Preto, parcerias com Tom Jobim

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  • Roberto Midlej

Publicado em 16 de maio de 2018 às 06:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Léo Aversa/Divulgação

A nova turnê de Chico Buarque, Caravanas, chega nesta quinta (17) a Salvador, onde fica até domingo. O cantor e compositor de 73 anos, que nunca foi lá muito chegado aos palcos, está cada vez mais à vontade. Isso é o que diz Luiz Cláudio Ramos, diretor musical da apresentação que já teve mais de 100 mil espectadores desde sua estreia, em dezembro do ano passado, em Minas.

“A cada turnê, ele aprende a se aprimorar cantando e, principalmente, a se assumir como cantor. Está bem mais solto na interação com o público”, diz o carioca de 68 anos, que toca violão e guitarra nos shows de Chico desde a década de 1970.

Um episódio ocorrido na estreia da turnê mostra que o dono dos olhos de ardósia mais admirados do país já é mesmo capaz de vencer a timidez e se soltar quando encara o público. No show de Belo Horizonte, ele brincou, depois de tirar os fones de ouvido que não lhe permitiam ouvir a participação da plateia: “Vou passar a usar esses fones permanentemente, porque lá no Rio, nos bairros chiques onde ando, passam aquelas pessoas finas nos seus carros grandes e gritam ‘viado, filho da puta!’, ‘viado, vai pra Cuba!’, ‘vai pra Paris, viado!’. O único consenso é o ‘viado’”, disse, provocando risos entre o público.

Toda  as canções do álbum Caravanas estão no espetáculo. Mas há também algumas pérolas, raras de serem executadas ao vivo. Duas delas são parcerias de Chico com Tom Jobim: Sabiá (aquela que foi vaiada num festival depois de derrotar Pra Não Dizer que Não Falei das Flores) e Retrato em Branco e Preto. As duas jamais foram apresentadas por ele em suas turnês.

Há tanto tempo acompanhando Chico, Luiz Cláudio diz que, ao contrário de outros gênios, o músico não tem manias, nem é de dar chiliques: “Talvez ele seja o mais fácil de todos os artistas, apesar de haver uma certa ‘carga’ sobre ele. Procura ao máximo ser normal, mas é difícil por causa do assédio”. Para Luiz, Chico está mais preocupado mesmo é em fazer música e não perde tempo com estrelismos ou investindo em sua imagem, ao contrário de muitos artistas contemporâneos: “Chico se dedica mesmo é à parte artística e faz o que acha que é importante fazer. Manda os recados dele pela música, mas embasado na técnica e em sua cultura musical e literária”. 

Serviço: Teatro Castro Alves (Campo Grande | 3535- 0600). Quinta (17) e amanhã, às 20h30; sábado, 21h; domingo, às 20h; Ingresso: R$ 490 | R$ 245 (filas A- P); R$ 380 | R$ 190 (Q-Z);  R$ 320 | R$ 160 (Z1- Z11).